Ribeirão Preto, Domingo, 20 de Setembro de 2009

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Ponte interditada provoca caos na região

Interditada desde junho, ponte no rio Pardo gera alta de frete, redução em vendas no comércio e prejuízo a pacientes

Desvio por causa da interdição aumenta o percurso em até 65 quilômetros; Estado diz que vai abrir licitação

LIGIA SOTRATTI
ENVIADA ESPECIAL A JABORANDI

Fretes mais caros, queda de vendas nos supermercados e prejuízo a pacientes que precisam viajar a Barretos para fazer tratamento no Hospital de Câncer. Essas são algumas das consequências da interdição da ponte do rio Pardo entre Jaborandi e Morro Agudo, que já dura quatro meses e parece longe de terminar.
Trabalhadores rurais, professoras e funcionários da área da saúde estão sendo obrigados a passar a pé pela ponte, que teve uma viga de sustentação rompida, quando um caminhão com excesso de peso afundou um lance da ponte.
Como eles, os serviços de entrega vão ao local, descarregam as mercadorias em carrinhos de supermercados, passam a ponte e deixam os produtos do outro lado para serem retirados por outro veículo.
De acordo com o prefeito de Jaborandi, Ronan Sales Cardozo (PTB), o problema tem prejudicado a economia do município, de 6.000 habitantes.
"É uma perda muito grande, porque encarece o frete. Aqui temos produtores de cana-de-açúcar que usavam a ponte para chegar até a usina. Sem a ponte, o percurso aumenta e sobe o custo do transporte", afirmou o petebista.
Dependendo da cidade de destino, o desvio por causa da interdição aumenta o percurso em até 65 quilômetros.
Os pequenos mercados de Jaborandi também já contabilizam prejuízo. Os moradores de fazendas e do bairro rural Santo Inácio -que pertence a Morro Agudo- iam até a cidade fazer compras, pois contavam com a entrega. "O pessoal vinha de ônibus e, na volta, a gente entregava a mercadoria e dava uma carona. Agora não estamos atendendo a clientela", disse o gerente Redson Vagner Brunozi. A queda no faturamento é estimada em 10%.
Moradora de Colina, a coordenadora pedagógica Flaviana Rezende saiu de Santo Inácio, onde trabalha em uma escola estadual e, de ônibus escolar, seguiu até o começo da ponte.
Acompanhada de duas colegas, por volta das 17h, fazia a "baldeação" a pé e, do outro lado, estava o carro dela, estacionado em um porto de areia, às margens do Pardo.
O funcionário público de Morro Agudo Sebastião Salino afirmou que, toda semana, faz o transporte de um médico e uma dentista, que moram em Jaborandi e dão atendimento na cidade. "Eu dirijo a ambulância e venho pegá-los aqui na cabeceira da ponte. É o que dá para fazer", disse.
De acordo com a Prefeitura de Morro Agudo, o problema afeta também os pacientes do município que vão a Barretos fazer tratamentos no Hospital de Câncer.
"As pessoas com câncer, por exemplo, passavam por ali e o trajeto dava cerca de 90 quilômetros. Agora, é preciso dar uma volta e sair por Viradouro", afirmou o assessor do governo, Mário Luiz Brunhara.


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