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Ponte interditada provoca caos na região
Interditada desde junho, ponte no rio Pardo gera alta de frete, redução em vendas no comércio e prejuízo a pacientes
Desvio por causa da interdição aumenta o percurso em até 65 quilômetros; Estado diz
que vai abrir licitação
LIGIA SOTRATTI
ENVIADA ESPECIAL A JABORANDI
Fretes mais caros, queda de
vendas nos supermercados e
prejuízo a pacientes que precisam viajar a Barretos para fazer
tratamento no Hospital de
Câncer. Essas são algumas das
consequências da interdição da
ponte do rio Pardo entre Jaborandi e Morro Agudo, que já dura quatro meses e parece longe
de terminar.
Trabalhadores rurais, professoras e funcionários da área
da saúde estão sendo obrigados
a passar a pé pela ponte, que teve uma viga de sustentação
rompida, quando um caminhão
com excesso de peso afundou
um lance da ponte.
Como eles, os serviços de entrega vão ao local, descarregam
as mercadorias em carrinhos
de supermercados, passam a
ponte e deixam os produtos do
outro lado para serem retirados
por outro veículo.
De acordo com o prefeito de
Jaborandi, Ronan Sales Cardozo (PTB), o problema tem prejudicado a economia do município, de 6.000 habitantes.
"É uma perda muito grande,
porque encarece o frete. Aqui
temos produtores de cana-de-açúcar que usavam a ponte para chegar até a usina. Sem a
ponte, o percurso aumenta e
sobe o custo do transporte",
afirmou o petebista.
Dependendo da cidade de
destino, o desvio por causa da
interdição aumenta o percurso
em até 65 quilômetros.
Os pequenos mercados de
Jaborandi também já contabilizam prejuízo. Os moradores
de fazendas e do bairro rural
Santo Inácio -que pertence a
Morro Agudo- iam até a cidade fazer compras, pois contavam com a entrega. "O pessoal
vinha de ônibus e, na volta, a
gente entregava a mercadoria e
dava uma carona. Agora não estamos atendendo a clientela",
disse o gerente Redson Vagner
Brunozi. A queda no faturamento é estimada em 10%.
Moradora de Colina, a coordenadora pedagógica Flaviana
Rezende saiu de Santo Inácio,
onde trabalha em uma escola
estadual e, de ônibus escolar,
seguiu até o começo da ponte.
Acompanhada de duas colegas, por volta das 17h, fazia a
"baldeação" a pé e, do outro lado, estava o carro dela, estacionado em um porto de areia, às
margens do Pardo.
O funcionário público de
Morro Agudo Sebastião Salino
afirmou que, toda semana, faz o
transporte de um médico e
uma dentista, que moram em
Jaborandi e dão atendimento
na cidade. "Eu dirijo a ambulância e venho pegá-los aqui na
cabeceira da ponte. É o que dá
para fazer", disse.
De acordo com a Prefeitura
de Morro Agudo, o problema
afeta também os pacientes do
município que vão a Barretos
fazer tratamentos no Hospital
de Câncer.
"As pessoas com câncer, por
exemplo, passavam por ali e o
trajeto dava cerca de 90 quilômetros. Agora, é preciso dar
uma volta e sair por Viradouro", afirmou o assessor do governo, Mário Luiz Brunhara.
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