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SOB SUSPEITA
Inquérito apura desvio de dinheiro de faculdade de Barretos e se há participação de funcionários da UFSCar
Polícia apura elo do MEC com diploma falso
EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil está apurando a
relação de um suposto desvio de
dinheiro da Associação Cultural e
Educacional de Barretos com a
falsificação de diplomas de curso
superior. Há suspeita de envolvimento no esquema criado em
Barretos de funcionários da UFSCar (Universidade Federal de São
Carlos) e do MEC (Ministério da
Educação e da Cultura).
De acordo com o delegado do 1º
DP Antônio Alício Simões Júnior,
o dinheiro era desviado para quatro contas bancárias de empresas
particulares mantidas por diretores da associação.
Ele disse que o desvio era feito
por João Carlos Soares de Oliveira
Júnior, diretor da associação, que
morreu em 1998. O inquérito policial foi aberto no ano passado.
Tanto o MEC quanto a UFSCar
negam qualquer envolvimento
com o caso.
No inquérito consta cópia de
parte da movimentação de uma
das contas. Na documentação,
conforme a polícia, aparecem pagamentos a uma supervisora do
MEC de São José do Rio Preto e ao
reitor da Universidade São Marcos, de São Paulo, Paulo Nathanael Pereira de Souza.
César Gontijo (PSDB), candidato derrotado à Prefeitura de Barretos, também recebeu valores
dessa conta, conforme a polícia.
Os pagamentos chegavam a R$
5.000 por mês para cada um.
Na relação constam presentes
que seriam destinados a funcionários do MEC e da UFSCar
-instituição responsável pelo registro dos diplomas. As gratificações, segundo a polícia, indicam
uma forma de "pagamento".
De acordo com o delegado, os
pagamentos podem ter envolvimento com a falsificação de diplomas, que é um outro inquérito
que está sob responsabilidade da
DIG (Delegacia de Investigações
Gerais), também de Barretos.
A UFSCar, segundo a assessoria, registrava os diplomas dos
cursos mantidos pela associação
em Barretos por força de lei, o que
foi suspenso assim que surgiram
as denúncias, em 99.
O promotor José Ademir Campos Borges, responsável pelo inquérito que apura o desvio de dinheiro, afirma que existe envolvimento de pessoas do MEC nas irregularidades cometidas pela associação, mas não quis citar nomes. De acordo com ele, o MEC e
a Polícia Federal já foram informados sobre as investigações.
O delegado disse que não sabe
quanto teria sido desviado. "Era
muito dinheiro, não dá nem para
avaliar", disse Simões Júnior.
A Folha não obteve contato
com Gontijo e com Souza ontem.
O presidente da associação, Milton Diniz Soares de Oliveira, disse
que assumiu a faculdade em 98 e
que todas as denúncias que surgiram envolvendo o nome da escola
estão sendo investigadas.
Oliveira informou que não pode
comentar se houve ou não desvio
de fundos da escola, porque isso
envolve outros processos.
A Polícia Civil de Barretos também investiga uma quadrilha interestadual de falsificação de diplomas universitários, que envolvem três pessoas da cidade.
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