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Exportação de açúcar sobe 595% na região em 2009
Já os embarques de álcool seguiram tendência inversa e apresentaram queda
Situação comprova a estratégia das usinas de priorizar a produção do açúcar na safra deste ano, para aproveitar o preço
JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
As exportações de açúcar foram o destaque positivo na balança comercial da região nos
cinco primeiros meses deste
ano. Em cidades que abrigam
grandes usinas ou cooperativas
que comercializam o produto,
como Ribeirão, Sertãozinho,
Pradópolis, Guaíra, Morro
Agudo e Araraquara, o avanço
médio foi de 595%. Só em Ribeirão, os embarques passaram
de R$ 2.443.980 para R$
42.129.273, alta de 1.624%.
Os embarques de outro subproduto da cana-de-açúcar, o
etanol, porém, seguiram tendência inversa. Em Ribeirão, o
volume exportado do produto
caiu 89%. Os números comprovam a estratégia do setor sucroalcooleiro de priorizar a
produção do açúcar nesta safra,
aproveitando a maior demanda
pelo produto e seu preço em alta no mercado global.
De acordo com o diretor regional da Unica, Sérgio Prado,
açúcar e etanol têm características diferentes de mercado. De
todo o açúcar previsto para ser
produzido na atual safra, mais
de 66% devem ser destinados
ao exterior. Apoiado nas vendas de carros bicombustíveis e
ainda com resistências no exterior, a previsão é que somente
10% do etanol seja exportado.
As vendas em alta do açúcar
evitaram uma queda maior das
exportações na região. Até o final de maio, as dez maiores cidades exportaram R$ 1,186 bilhão, contra R$ 1,359 bilhão do
mesmo período do ano passado
-recuo de 13%.
A maior queda ocorreu em
São Carlos, onde as vendas para
o exterior foram 33% menores.
A cidade teve desempenho semelhante ao de Franca, cujas
exportações caíram 32%. Além
da queda, os dois municípios
têm em comum o perfil da pauta de exportação, dominada por
produtos industrializados: em
São Carlos, compressores e, em
Franca, sapatos.
Com embarques 84% maiores nos cinco primeiros meses
do ano, Jaboticabal foi quem
mais aumentou suas vendas.
Puxada pelo açúcar, Sertãozinho também teve aumento
expressivo, de 33%. Em Ribeirão, a alta de 8% refletiu tanto
as vendas em alta do açúcar
quanto a queda do etanol.
O açúcar é uma exceção em
um mercado global em que, por
causa da crise econômica, a regra deve ser a contração da renda dos países e, por consequência, do consumo em geral, segundo o professor da FEA-RP
(Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto), da USP, Angelo Costa Gurgel. "Com o mundo
mais pobre, cai a demanda por
nossos produtos."
Bens de maior valor agregado, como os industrializados,
sofrem mais com os efeitos da
crise econômica no planeta.
De acordo com o diretor regional da Ciesp em São Carlos,
Ubiraci Moreno Pires Corrêa, a
cidade está mais vulnerável à
queda nas exportações por fabricar motores, compressores e
máquinas. "Os clientes pararam de comprar", afirmou o diretor do órgão.
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