Ribeirão Preto, Domingo, 21 de Junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Exportação de açúcar sobe 595% na região em 2009

Já os embarques de álcool seguiram tendência inversa e apresentaram queda

Situação comprova a estratégia das usinas de priorizar a produção do açúcar na safra deste ano, para aproveitar o preço

JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

As exportações de açúcar foram o destaque positivo na balança comercial da região nos cinco primeiros meses deste ano. Em cidades que abrigam grandes usinas ou cooperativas que comercializam o produto, como Ribeirão, Sertãozinho, Pradópolis, Guaíra, Morro Agudo e Araraquara, o avanço médio foi de 595%. Só em Ribeirão, os embarques passaram de R$ 2.443.980 para R$ 42.129.273, alta de 1.624%.
Os embarques de outro subproduto da cana-de-açúcar, o etanol, porém, seguiram tendência inversa. Em Ribeirão, o volume exportado do produto caiu 89%. Os números comprovam a estratégia do setor sucroalcooleiro de priorizar a produção do açúcar nesta safra, aproveitando a maior demanda pelo produto e seu preço em alta no mercado global.
De acordo com o diretor regional da Unica, Sérgio Prado, açúcar e etanol têm características diferentes de mercado. De todo o açúcar previsto para ser produzido na atual safra, mais de 66% devem ser destinados ao exterior. Apoiado nas vendas de carros bicombustíveis e ainda com resistências no exterior, a previsão é que somente 10% do etanol seja exportado.
As vendas em alta do açúcar evitaram uma queda maior das exportações na região. Até o final de maio, as dez maiores cidades exportaram R$ 1,186 bilhão, contra R$ 1,359 bilhão do mesmo período do ano passado -recuo de 13%.
A maior queda ocorreu em São Carlos, onde as vendas para o exterior foram 33% menores. A cidade teve desempenho semelhante ao de Franca, cujas exportações caíram 32%. Além da queda, os dois municípios têm em comum o perfil da pauta de exportação, dominada por produtos industrializados: em São Carlos, compressores e, em Franca, sapatos.
Com embarques 84% maiores nos cinco primeiros meses do ano, Jaboticabal foi quem mais aumentou suas vendas.
Puxada pelo açúcar, Sertãozinho também teve aumento expressivo, de 33%. Em Ribeirão, a alta de 8% refletiu tanto as vendas em alta do açúcar quanto a queda do etanol.
O açúcar é uma exceção em um mercado global em que, por causa da crise econômica, a regra deve ser a contração da renda dos países e, por consequência, do consumo em geral, segundo o professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, Angelo Costa Gurgel. "Com o mundo mais pobre, cai a demanda por nossos produtos."
Bens de maior valor agregado, como os industrializados, sofrem mais com os efeitos da crise econômica no planeta.
De acordo com o diretor regional da Ciesp em São Carlos, Ubiraci Moreno Pires Corrêa, a cidade está mais vulnerável à queda nas exportações por fabricar motores, compressores e máquinas. "Os clientes pararam de comprar", afirmou o diretor do órgão.

Texto Anterior: Painel Regional
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.