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Região recebe 54 estudantes estrangeiros
Oriundos da América do Sul e Central e da África, eles foram selecionados por convênio para estudar na USP, UFSCar e Unesp
Meta é dar oportunidades a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil tem acordos educacionais e culturais
ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Entre sotaques de alunos de
diversas cidades de São Paulo e
de outros Estados, não é tão difícil encontrar, nas universidades públicas da região de Ribeirão, um linguajar influenciado
pelo espanhol, pelo português
de Portugal ou por dialetos africanos no início do ano letivo.
Oriundos de países da América do Sul e Central e da África,
54 alunos estrangeiros, selecionados pelo PEC-G (Programa
Estudante Convênio de Graduação), passarão a estudar na
USP Ribeirão e São Carlos, na
UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos) e na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de
Franca e Araraquara. No ano
passado, eram 33 -a USP Ribeirão Preto não forneceu os
números de 2008.
O objetivo do programa, desenvolvido pelos ministérios
das Relações Exteriores e da
Educação em parceria com universidades federais, estaduais e
privadas, é oferecer formação a
cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais.
No ano passado, 1.602 estudantes se inscreveram no projeto e 776 foram selecionados
para estudar nas faculdades
brasileiras a partir deste ano.
Em 2007, foram 1.024 inscritos
e 788 selecionados.
A angolana Ana Cristina Mateus Lucunga, 22, chegou à USP
Ribeirão no ano passado por
meio do PEC-G. Ela, que era estudante de medicina em Luanda, veio estudar biologia. "Concorri a vagas na Espanha e no
Brasil. Sempre quis estudar fora do país", disse a jovem.
Como é natural de uma nação pertencente à CPLP (Comunidade de Países de Língua
Portuguesa), ela não precisou
mostrar a proficiência em português, uma das exigências do
programa.
Por conta disso, o queniano
Zephaniah Ayecha Ombati, 24,
antes de entrar no curso da
USP São Carlos, resolveu estudar português durante um ano.
"Não tive muita dificuldade em
aprender o idioma", disse.
Quem se inscreve no PEC-G
também tem que provar que é
capaz de custear as despesas no
Brasil. "São os meus pais quem
me sustentam aqui", disse Ana
Cristina. Já o angolano Fontes
Nuno Eduardo Paulo, 24, que
estuda biologia na UFSCar,
conta com a ajuda de uma bolsa
concedida pelo governo angolano. "Gasto uma média de R$
800 a R$ 900 por mês", disse.
Todos eles afirmam que o ensino no Brasil é muito diferente
do aplicado em seus países.
"Muitos dos assuntos do ensino médio no Brasil não são ensinados lá no Quênia", afirmou
Zephaniah. Para Ana Cristina,
além da escrita ser diferente, o
que dificulta bastante, há diferenças no modo de ensinar o
conteúdo no Brasil.
Ao fim da graduação, os estudantes do PEC-G têm que voltar para seus respectivos países. "Minha intenção era ficar,
pois o mercado de trabalho lá
no Quênia é bem pequeno. A
economia é fraca", afirmou Zephaniah. A mesma opinião é
compartilhada pelo nigeriano
Taiwo Olawale Oladeinde, 27,
estudante de engenharia elétrica da USP São Carlos. "É realmente difícil encontrar emprego na Nigéria."
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