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Vítima de racismo se diz surpresa pela repercussão do caso em Ribeirão Preto
DA FOLHA RIBEIRÃO
Pouco mais de uma semana após ter sido vítima de racismo e sofrer agressão de
três estudantes de medicina,
o auxiliar de serviços gerais
Geraldo Garcia, 55, se diz
surpreendido com a repercussão do caso.
"Tem gente que me reconhece na rua e vem conversar comigo, dar apoio e falar
que ficou chocado com a história. Além disso, pessoas
que eu já trabalhei e não vejo
faz tempo têm me ligado para saber como estou. Fiquei
muito feliz em ver que tem
gente que sabe definir o certo do errado", disse.
No último dia 12, Garcia ia
para o trabalho de bicicleta
quando três universitários
bateram com o tapete do
carro em suas costas na avenida Francisco Junqueira.
Ele se desequilibrou da bicicleta e caiu. Segundo Garcia
e testemunhas que estavam
em um posto de gasolina
perto do local, os estudantes
vibraram após a agressão e
gritaram "ô, nêgo".
Os estudantes foram liberados 12 horas depois de pagarem fiança individual no
valor de 12 salários mínimos
(R$ 5.580).
A mãe de um dos envolvidos, Roseli Amarilda Pechulo Silva, enviou e-mail ao
Centro Cultural Orùnmila,
que deu apoio a Garcia, dizendo que gostaria de abraçá-lo e pedir desculpas. Disse
ainda que o filho não é racista e, além de ter amigos negros, faz parte de um grupo
de pagode.
Mineiro, Garcia mora há
oito anos em Ribeirão e disse
que se sentiu acolhido pela
cidade. "É um lugar muito
bom para se viver, tem trabalho e o povo é generoso."
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