|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ação vê excesso em jornada de trabalho
Usina de Pitangueiras é acusada de incluir domingo como dia comum sem dar folga extra aos funcionários
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Usina Andrade Açúcar e
Álcool, de Pitangueiras, é alvo
de uma ação civil movida pelo
Ministério Público do Trabalho
de Ribeirão Preto, que acusa a
empresa de cometer irregularidades na jornada de trabalho
dos funcionários.
A Procuradoria do Trabalho
pede que a Justiça determine,
em caráter liminar (urgente),
que a empresa pare de submeter os trabalhadores, tanto da
fábrica quanto do corte de cana,
ao regime de jornada 5x1 -cinco dias de trabalho com folga
no sexto dia. Por esse sistema, o
domingo acaba por ser incluído
como um dia de trabalho comum, sem direito a uma folga
extra, o que contraria a lei.
"E o problema não é só o 5x1.
Há outras irregularidades no
ambiente de trabalho", disse o
procurador Henrique Correia.
O Ministério Público também pleiteia que a usina deixe
de exigir o trabalho em domingos e feriados, e para que conceda descanso semanal aos trabalhadores, como diz a lei.
A ação pede ainda que a empresa forneça materiais de primeiros socorros, ferramentas
gratuitas e ainda instalações sanitárias adequadas.
Em caso de descumprimento
da liminar, se for acolhida pela
Justiça, os procuradores querem multa de R$ 5.000. Outra
multa no valor de R$ 500 mil é
pleiteada como condenação da
usina a pagar indenização por
dano moral coletivo.
De acordo com o Ministério
Público do Trabalho, durante
as investigações envolvendo a
usina Andrade, houve várias
tentativas de acordo. Mas, segundo informou, a empresa
não aceitou os TACs (Termos
de Ajustamento de Conduta).
Segundo Correia, os abusos
envolvendo jornada de trabalho em regime 5x1 não são exclusividade desse caso. "O que
tem nos preocupado é que aqui
na região tem sido adotado esse
regime de trabalho, que é desgastante ao trabalhador rural,
principalmente ao cortador de
cana", afirmou o procurador.
Correia disse que há investigações em andamento envolvendo outras usinas da região,
mas não citou nomes.
A assessoria de imprensa da
Açúcar Guarani, grupo do qual
a usina Andrade faz parte, informou que até a tarde de ontem a empresa não havia sido
notificada pela Justiça sobre a
ação e que, por isso, não poderia se manifestar.
Texto Anterior: Transporte individual cresce mais que o coletivo na região Próximo Texto: Foco: Vítima de racismo se diz surpresa pela repercussão do caso em Ribeirão Preto Índice
|