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Enchente gera nova condenação à prefeitura
Justiça determinou que administração indenize cinco mulheres que foram vítimas de cheias do ribeirão Preto em 2003
Advogado que representa 200 moradores disse que indenizações têm sido de 50 salários, em média; prefeitura não comentou
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O TJ (Tribunal de Justiça) do
Estado de São Paulo rejeitou
por unanimidade uma apelação
da Prefeitura de Ribeirão Preto
e condenou novamente o município a indenizar moradores
por causa das enchentes causadas pelo transbordamento do
ribeirão Preto. O acórdão, assinado pelo relator Borelli Thomaz, foi registrado ontem. Cabe recurso.
O caso refere-se a enchente
ocorrida em fevereiro de 2003,
na qual, segundo laudo pericial
citado pelo TJ, o nível do ribeirão Preto subiu até 1,30 m em
relação à rua. A Justiça condenou a prefeitura a indenizar as
moradoras Maria Aparecida de
Toni Cavallaro, Maria Aparecida Marinho Sgobbi, Maria da
Conceição Silva Coimbra, Maria das Graças Gonçalves Neto
e Maria de Lourdes Rodrigues.
Ao negar o recurso da prefeitura, segundo o acórdão, o relator disse que a administração
pública tem responsabilidade
pela enchente que causou prejuízos às moradoras. Ainda segundo o texto, as casas foram
invadidas por sujeira e dejetos
por causa da inundação.
De acordo com o advogado
Ivanei Rodrigues Zoccal, que
representa as autoras do processo, todas são moradoras de
trechos da Vila Virgínia localizados mais próximos ao ribeirão, como a avenida Álvaro de
Lima e as ruas Miguel Couto e
Vital Brasil, alvos frequentes
das cheias.
A Folha não conseguiu apurar o valor exato da indenização definida pelo TJ neste caso
-o acórdão não traz a informação e o advogado não soube dizer. Porém, segundo ele, em
outras ações semelhantes, a
média tem sido de 50 salários
mínimos (R$ 25.250).
Zoccal representa na Justiça
cerca de 200 moradores que,
entre 1999 e 2004, sofreram
prejuízos com enchentes ocorridas na região da Baixada. Segundo ele, a Justiça de Ribeirão
tem dado, quase que integralmente, decisões favoráveis aos
moradores.
No TJ, em segunda instância, o advogado afirmou que
uma parte pequena das sentenças tem sido reformada.
Do total de moradores representados por Zoccal, cinco já
receberam o dinheiro da indenização, segundo ele. "Foram
50 salários mínimos para cada
pessoa", disse.
Procurada pela Folha ontem, a Prefeitura de Ribeirão
Preto informou, por meio da
Coordenadoria de Comunicação Social, que ainda não foi
notificada oficialmente pela
Justiça sobre o acórdão e, por
isso, não poderia se manifestar.
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