Ribeirão Preto, Domingo, 23 de maio de 1999

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SEGURANÇA
Mapa da violência na cidade deixa área norte; bairros tranquilos, como Vila Tibério, têm mais homicídios
Zona oeste á a mais violenta de Ribeirão

da Folha Ribeirão

O mapa da violência em Ribeirão Preto sofreu neste ano uma mudança de configuração, com a zona oeste da cidade passando a liderar o ranking de mortes violentas e ultrapassando a região norte que, no ano passado, foi o local com o maior número de homicídios.
Ao mesmo tempo, regiões como a Vila Tibério e Ipiranga tiveram o número de mortes violentas aumentado em 75%. Já, em contrapartida, a região do Campos Elíseos diminuiu em mais da metade o número de mortes violentas.
De acordo com levantamento da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), a área do 6º Distrito Policial (da Vila Virgínia, Parque Ribeirão e Jardim Centenário) é a região mais violenta da cidade, com 27 mortes registradas este ano, contra 21 até maio do ano passado.
A área do 5º Distrito (Quintino Facci 2, Simioni) perdeu a primeira colocação, mas ainda mantém um alto número de mortes violentas (26 em 99, contra 24 no mesmo período do ano passado).
Segundo o delegado do 6º DP, José Gonçalves Neto, o alto número de mortes violentas na área está relacionado aos problemas sociais dos bairros da região.
"São locais com um alto número de favelas e de pessoas sem emprego, que acabam apelando para a criminalidade", disse.
Para ele, é necessário um policiamento preventivo e uma maior cuidado com as questões sociais.
"Estamos procurando agilizar as investigações e cumprir os pedidos de prisão o mais rápido possível, mas sabemos que só isso não irá resolver o problema", disse.
Outra área que contabilizou um grande aumento da violência foi a do 3º DP (Vila Tibério, Ipiranga, Sumarezinho), que registrou este ano 21 mortes violentas, contra 12 no ano passado.
"Cobrimos uma das maiores áreas de Ribeirão Preto, com uma população de mais de 100 mil habitantes, e estamos vendo o reflexo do aumento da criminalidade em geral. Já registramos este ano 2.500 ocorrências, quase o mesmo número do ano passado todo", disse o delegado do 3º DP, Marcos César Borges.
Moradores dos bairros reclamam da violência e da falta de controle da polícia. "Estou me mudando daqui, pois quero segurança", disse a técnica de laboratório aposentada Idalina Vani Ferreira, que mora na Vila Tibério (leia texto nesta página).
O delegado do setor de homicídios da DIG Samuel Zanferdini afirma que as mortes violentas são cíclicas e difíceis de serem prevenidas.
"No ano passado, intensificamos a ação na área do 2º DP e obtivemos resultado, pois os homicídios caíram lá. Mas, às vezes, os líderes do tráfico acabam se mudando de local", disse.


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