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Aluno revisa matéria na roça
da enviada especial
Nos dias de prova, o trabalhador rural Aparecido do Carmo
chega a levar os livros para a roça para revisar a matéria.
"Tenho que aproveitar todo o
tempo que sobra. Às vezes,
chego mais de meia-noite da
faculdade e ainda estudo um
pouco", diz o bóia-fria.
Ele afirma que tem encontrado algumas dificuldades por
ter ficado 12 anos sem frequentar a escola. "Acho que sou o
único da turma que não tinha
base de computação e inglês e
às vezes é difícil acompanhar."
Por não ter computador, Carmo diz que às vezes não consegue fazer os trabalhos pedidos
por professores. Com a ajuda
de uma professora, ele está escrevendo uma carta ao Ministério da Educação pedindo um
equipamento.
Carmo era funcionário da
parte industrial da usina São
Geraldo, mas perdeu o emprego na fusão da empresa com a
Santa Elisa e acabou tendo que
voltar a cortar cana.
"Não tenho vergonha do que
faço. Contei para todos na faculdade e sou respeitado pelos
meus colegas."
Eduardo Augusto Fachini, 21,
que estuda na classe de Carmo,
diz que o colega é muito esforçado. "Ele tem uma atenção especial dos professores e já tem
melhorado bastante."
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