Ribeirão Preto, Sexta, 23 de outubro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bicheiros podem ter matado filho de Castor

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

A morte do engenheiro e empresário Paulo Roberto de Andrade Silva, filho do bicheiro Castor de Andrade, está relacionada a seu cunhado, Fernando de Miranda Ignácio, indicam as primeiras investigações policiais.
Ignácio está foragido desde o mês passado, quando foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado, por corrupção ativa.
Uma linha de investigação vincula a morte de Paulinho de Andrade à irritação da cúpula do jogo do bicho com as atitudes de Ignácio. Em 1994, ele foi preso na sede da Polícia Civil, com uma mala de dinheiro e uma lista de policiais que recebiam propinas.
Por causa da prisão, os integrantes da cúpula do jogo foram processados. Castor de Andrade, chefe máximo da contravenção, protegeu seu genro à época.
De acordo com a apuração preliminar da polícia, Paulinho de Andrade teria sido morto por se recusar a falar aos bicheiros sobre o paradeiro do marido da irmã Carmen Lúcia. Outra hipótese em investigação é a de que Miranda teria mandado matar Paulinho para assumir os pontos de jogo do bicho herdados de Castor.
Paulinho de Andrade foi morto a tiros às 19h de anteontem, na Barra da Tijuca (zona sul do Rio).
A possibilidade de o crime ter sido encomendado por Celso Luís Rodrigues da Silva, o Celsinho de Vila Vintém, também é cogitada pela Secretaria de Segurança Pública. Celsinho fugiu do hospital penitenciário Fábio Maciel na sexta-feira passada.
A polícia tem a informação, ainda não confirmada, de que Celsinho teria prometido matar Paulinho, apontado como o responsável pela sua prisão, em janeiro de 96. A existência de uma "guerra" entre contraventores é outra hipótese. Desde a morte de Castor, quatro bicheiros do segundo escalão foram assassinados.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.