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Região é a de maior risco para dengue em SP
Segundo superintendente da Sucen, vírus da doença esteve em Ribeirão todo o ano, sem interrupção da transmissão
Total de confirmações de novembro a dezembro já é o maior desde 2005, ano que antecedeu a pior epidemia de dengue da década
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A região de Ribeirão Preto é a
de maior risco para epidemia
de dengue no Estado em 2010.
A afirmação é do superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias no Estado), Affonso Viviani Júnior, que esteve ontem na
cidade em encontro para discutir ações de combate e controle
da doença.
Na cidade, já em situação de
epidemia, não houve interrupção da transmissão da doença,
mesmo nos meses tradicionais
de estiagem, como junho, julho
e agosto, quando a Secretaria
da Saúde confirmou 114 casos
de dengue. Até a última sexta-feira, o município registrava
1.524 casos de dengue neste
ano, maior total do Estado.
Além de Ribeirão Preto, correm risco as regiões de São José
do Rio Preto e Araçatuba.
O total de confirmações de
novembro e dezembro (75) já é
o maior desde 2005, ano que
precedeu a maior epidemia da
década na cidade: foram 5.997
casos de dengue em 2006.
"O vírus manteve-se presente em Ribeirão durante todo o
ano, não houve interrupção de
transmissão. O "ano-dengue"
termina em junho, julho.
Quando você identifica novos
casos [após esse período], eles
vão dizer respeito [ao que vai
ocorrer] na próxima temporada", disse Viviani Júnior.
Segundo o CVE (Centro de
Vigilância Epidemiológica) do
Estado, São Paulo registrava,
até novembro, 7.343 casos. Em
todo o ano passado, foram
7.364 confirmações da doença.
De acordo com Viviani Júnior, as ações mais importantes
devem ser as de divulgação de
medidas preventivas à população e de eliminação de criadouros do mosquito transmissor, o
Aedes aegypti, que se reproduz
em água limpa e parada.
Roberto Medronho, pesquisador em dengue e diretor do
Departamento de Medicina
Preventiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), alerta para o risco de os casos de dengue serem cada vez
mais graves em decorrência
das sucessivas epidemias.
Em Ribeirão Preto, por
exemplo, as epidemias de dengue acontecem todos os anos
desde 2006.
"A população vem ficando
imunizada contra os sorotipos
de vírus que estão circulando.
Quando uma pessoa que já teve
dengue é infectada de novo, o
risco de ela desenvolver a forma mais grave da doença [dengue hemorrágica] é muito
maior", disse o pesquisador.
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