Ribeirão Preto, Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009

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Região é a de maior risco para dengue em SP

Segundo superintendente da Sucen, vírus da doença esteve em Ribeirão todo o ano, sem interrupção da transmissão

Total de confirmações de novembro a dezembro já é o maior desde 2005, ano que antecedeu a pior epidemia de dengue da década


VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A região de Ribeirão Preto é a de maior risco para epidemia de dengue no Estado em 2010. A afirmação é do superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias no Estado), Affonso Viviani Júnior, que esteve ontem na cidade em encontro para discutir ações de combate e controle da doença.
Na cidade, já em situação de epidemia, não houve interrupção da transmissão da doença, mesmo nos meses tradicionais de estiagem, como junho, julho e agosto, quando a Secretaria da Saúde confirmou 114 casos de dengue. Até a última sexta-feira, o município registrava 1.524 casos de dengue neste ano, maior total do Estado. Além de Ribeirão Preto, correm risco as regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba.
O total de confirmações de novembro e dezembro (75) já é o maior desde 2005, ano que precedeu a maior epidemia da década na cidade: foram 5.997 casos de dengue em 2006.
"O vírus manteve-se presente em Ribeirão durante todo o ano, não houve interrupção de transmissão. O "ano-dengue" termina em junho, julho. Quando você identifica novos casos [após esse período], eles vão dizer respeito [ao que vai ocorrer] na próxima temporada", disse Viviani Júnior.
Segundo o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do Estado, São Paulo registrava, até novembro, 7.343 casos. Em todo o ano passado, foram 7.364 confirmações da doença.
De acordo com Viviani Júnior, as ações mais importantes devem ser as de divulgação de medidas preventivas à população e de eliminação de criadouros do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, que se reproduz em água limpa e parada.
Roberto Medronho, pesquisador em dengue e diretor do Departamento de Medicina Preventiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), alerta para o risco de os casos de dengue serem cada vez mais graves em decorrência das sucessivas epidemias.
Em Ribeirão Preto, por exemplo, as epidemias de dengue acontecem todos os anos desde 2006.
"A população vem ficando imunizada contra os sorotipos de vírus que estão circulando. Quando uma pessoa que já teve dengue é infectada de novo, o risco de ela desenvolver a forma mais grave da doença [dengue hemorrágica] é muito maior", disse o pesquisador.


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