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Nº de motociclistas feridos no trânsito de Ribeirão dobra
Em janeiro deste ano, 44 foram internados em hospitais do SUS, contra 22 em 2008
Segundo especialista, a imprudência dos que dirigem motos é grande, o que dificulta campanhas de educação no trânsito
Silva Júnior/Folha Imagem
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Motociclista atravessa sinal vermelho em avenida de Ribeirão Preto; imprudência é apontada como causa principal dos acidentes
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Análise das estatísticas de internações por acidentes mostram que caiu o número de motoristas de automóveis e de pedestres feridos no trânsito de
Ribeirão Preto em janeiro, mas
dobrou o de motociclistas e
também o de ciclistas.
Segundo dados do Ministério
da Saúde, 44 motociclistas foram internados em hospitais
do SUS (Sistema Único de Saúde) em Ribeirão em janeiro
deste ano, primeiro mês sob a
nova direção da Transerp (órgão municipal de trânsito),
contra 22 em janeiro de 2008.
Não há dados disponíveis
deste ano para comparar se
houve também aumento de
mortes de motociclista. No ano
passado inteiro, morreram 34
contra 31 em 2007.
"A imprudência é grande. A
gente vê vários [motociclistas]
fazendo aberrações no trânsito,
muito mais do que entre os motoristas de automóveis. Fica
complicado fazer a educação no
trânsito quando se fala em motociclistas", disse Luimar Paes
Heck, engenheiro civil e especialista em trânsito do Centro
Universitário Moura Lacerda.
O total de acidentes durante
o período -incluindo todos os
tipos de transporte- passou de
63 para 68, mas considerando
apenas os ocupantes de automóveis, houve queda de 35,2%
nas internações (veja quadro
nesta página).
"A exposição do motociclista
é muito maior. Ele não tem
proteção. Junte isso a uma falta
de educação no trânsito e ao
uso das motos como meio de
transporte e trabalho, os acidentes aumentam. Além disso,
a frota de motos aumenta ano
após ano", disse a pediatra Ana
Helena Parra, coordenadora da
frente de prevenção do Gapat
(Grupo Técnico de Avaliação e
Prevenção de Acidentes de
Trânsito/Transporte), que planeja um projeto especial voltado aos motociclistas (leia texto
nesta página).
A frota de motos cresceu
11,06%, percentual bem inferior ao aumento das internações de seus pilotos. Em janeiro
de 2008, havia 63.438 motos e
motonetas. Em dezembro de
2008, passou para 70,016.
A direção da Transerp evitou
comentar os números. Disse
que prefere aguardar seus próprios dados, sem previsão para
sair, para tomar providências.
"Em todo o caso, é um número
preocupante. Certamente medidas serão tomadas", disse
Milton Lino, gerente de sinalização viária da empresa.
Medo
Um choque frontal com um
carro mudou a vida do balconista Marco Aurélio Dias da Silva, 23. Ele conta que, em abril
do ano passado, bateu sua moto
em um carro que surgiu na contramão em rua do Quintino
Facci 2.
Silva quebrou o fêmur esquerdo, perfurou o pulmão direito, quebrou o punho e um
dedo da mão esquerda, trincou
um osso da face e teve sangramento no cérebro. Ao todo,
passou 35 dias internados, sendo 15 deles em coma.
Quase um ano depois, ainda
faz fisioterapia no Hospital das
Clínicas e não consegue dobrar
o joelho esquerdo. Por causa
dos ferimentos, não voltou a
trabalhar. "Eu gosto de moto.
Mas hoje não tenho mais vontade de andar", disse.
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