DA FOLHA RIBEIRÃO

O índice de cesarianas, tradicionalmente alto nos hospitais particulares, também cresce no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto. O relatório anual da Faepa mostra que o número de cesáreas cresceu 33,5% entre 2004 e 2008.
Nesse período, os partos normais subiram apenas 4,3%. Isso fez com que os partos com cirurgia representassem 42,3% do total realizado em 2008. Em 2004, este índice foi de 38%.
O gráfico mostra que, caso a curva de crescimento se mantenha, em 2009 as cesáreas vão ultrapassar o total de partos normais. Em 2008, já chegou perto: foram 1.188 partos normais e 1.034 operatórios.
Segundo Ricardo Carvalho Cavalli, obstetra e ginecologista do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, são três os principais motivos do crescimento das cesáreas: o grande índice de partos de alta complexidade, novas recomendações do Ministério da Saúde e a resistência das mães no caso de cesáreas prévias -quando a mãe, no parto anterior, optou pela cesárea. Mesmo assim, para ele, o avanço das cesáreas é preocupante.
"Provavelmente as cesáreas vão ultrapassar os partos normais em breve, e isso é negativo, pois o ideal é que os partos normais sejam a maioria", disse. "As novas recomendações do Ministério da Saúde preveem, por exemplo, que bebês sentados sejam tirados em cirurgia. Há oito anos não havia essa recomendação", disse.
Segundo Milton Laprega, superintendente do HC, os casos mais simples serão repassados à Mater. "O HC é especializado nos atendimentos mais graves, normalmente feitos com cirurgia", disse.


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