Ribeirão Preto, Domingo, 24 de Dezembro de 2000 |
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INFÂNCIA RECUPERADA Atendimento é 12 vezes maior que o realizado pela Febem da cidade; programas têm caráter preventivo ONGs atendem 2 mil crianças em Ribeirão
CAROLINA ALVES DA FOLHA RIBEIRÃO Os trabalhos realizados por prefeituras e ONGs (organizações não-governamentais) na região de Ribeirão atendem pelo menos 2.000 crianças e adolescentes. O volume de atendimento dos programas assistenciais é 12,5 vezes maior que o número de menores atendidos pelo Estado na unidade da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) de Ribeirão Preto, por exemplo. Lá, a entidade trata, em média, de 160 menores. Os programas, que possuem caráter preventivo e de recuperação de drogados e infratores, contam com trabalho voluntário ou pessoas que recebem salários simbólicos, supervisionados pelo Conselho Tutelar -órgão ligado ao município- e pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente -órgão independente formado pela sociedade e por representantes do governo municipal. O conselho foi criado com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), há dez anos. A manutenção desses projetos ocorre por meio das verbas obtidas com apoio dos voluntários, doações de empresas locais, verbas municipal e estadual e recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Os menores e adolescentes atendidos -cujas idades variam de 6 a 18 anos- passam por reforço escolar, acompanhamento psicológico e contam até com lares substitutos. Para a presidente do conselho das crianças e adolescentes, Marina Rezende Bazon, os programas na cidade, que atendem cerca de 500 crianças, estão longe do ideal. "Precisamos de muito ainda para chegar ao ideal, mas fazemos o melhor possível, já que os trabalhos são complementares. Um, por exemplo, tira a criança da rua, outro trabalha com a criança depois que ela já saiu." Até o momento, o conselho de Ribeirão possui o registro de oito programas assistenciais, número considerado insuficiente para a demanda do município, de acordo com o Ministério Público. Para as crianças que precisam de um lar substituto, encaminhadas pelo Conselho Tutelar ou pela Justiça, existem dois programas: O Clubinho e o Caribe. Ligada à Soberp (Sociedade Beneficente Evangélica de Ribeirão Preto), a Casa Lar Nosso Clubinho atende atualmente 14 crianças e adolescentes. O projeto Caribe, que possui duas unidades em Ribeirão, atende crianças de zero a dois anos (em uma unidade) e adolescentes até 18 anos. Existem também programas educativos em meio aberto, que trabalham com crianças em situação de risco, mas que moram com as famílias, como a Casa das Mangueiras (150 menores) e a Fraternidade Solidária (140). Existem, ainda, os programas governamentais Pedagogia de Rua (crianças pedintes), a Casa Travessia e os núcleos do Horto e Branca Salles. Próximo Texto: Saiba como foi criado o ECA há dez anos Índice |
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