Ribeirão Preto, Domingo, 24 de Dezembro de 2000

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Desarticulação pode fazer criança ser atendida por vários programas

DA FOLHA RIBEIRÃO

A desarticulação na rede pode fazer com que vários programas diferentes atendam a mesma criança, de acordo com a presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, a psicóloga da USP Marina Rezende Bazon.
"Um menor já foi cuidado por seis profissionais diferentes. Quando eles passam "de mão em mão", várias vezes pelo mesmo procedimento, isso acaba sendo prejudicial para a criança."
Ela aponta como solução uma integração na rede. "É preciso ter objetivos e metodologia nos programas de atendimento. Deveria haver um só encaminhamento e um trabalho contínuo."
Outra crítica feita pela presidente são os casos cuja gravidade é grande. "São tantas mazelas sociais e econômicas que nem o profissional sabe para onde encaminhar a criança. Muitas vezes, acaba mandando-a para o Judiciário, que não é o órgão adequado para isso."
A análise da psicóloga é de que a rede de atendimento de Ribeirão "é cheia de buracos". "É mais ou menos como se as entidades enxugassem o chão sem fechar a torneira. A política assistencialista é necessária, existe em um número razoável em Ribeirão, mas é necessário se encontrar causas mais profundas e realizar medidas de saneamento."
Ela afirma ainda que, no atendimento às famílias, os problemas não deveriam ser limitar aos financeiros, devendo haver uma intervenção social.


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