Ribeirão Preto, Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2001

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Família de detento assassinado em Vila Branca revolta-se com crime

DA FOLHA RIBEIRÃO

O velório do detento Márcio Adriano Jorge, 25, morto ontem na Cadeia Pública de Vila Branca, foi marcado por revolta dos familiares com os policiais de São Joaquim da Barra.
Segundo a família, a transferência de Jorge para a cadeia de Ribeirão foi feita de madrugada e descumprindo uma promessa da juíza de São Joaquim da Barra, Maria Clara Schimith de Freitas. "Ela (Maria Clara) prometeu que não iria transferir ninguém, mas eles (os policiais) levaram ele de madrugada", disse o cunhado de Jorge, Paulo Elias Adolfo.
Adolfo disse, ainda, que o cunhado não liderou a rebelião nem participou da morte do colega. "A juíza pediu para ele conversar com os outros presos para que eles parassem com a rebelião. E parou", disse.
O marceneiro também disse que vai querer apurar as denúncias de que Jorge teria sido agredido dentro da cadeia, após a rebelião. "Disseram para nós que ele foi espancado e teve até o punho quebrado", afirmou.
Adolfo disse que a família deve entrar na Justiça para tentar receber uma indenização. "Minha irmã tem um filho de cinco anos. Como ela vai cria-lo agora?"
O diretor da cadeia de São Joaquim da Barra, José Bernardino Alecrim, 43, disse que Jorge foi transferido da unidade porque foi um dois líderes da rebelião. A transferência, no entanto, seria até a reforma das quatro celas que foram danificadas.
Alecrim disse que não comentaria as acusações de agressão. "Você tem de perguntar para a família. Se ele fosse santo, não estaria aqui (na cadeia). Se eles falaram, que provem. Eu não digo que sim, nem que não", disse.
A juíza de São Joaquim da Barra foi procurada, mas não foi encontrada durante a tarde de ontem para comentar o assunto.


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