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Pequeno empresário demite e vira operário em sua fábrica
DA FOLHA RIBEIRÃO
Vale tudo para afastar os reflexos da crise. Nas grandes fábricas de calçados de Franca, a
estratégia é correr atrás dos
compradores e afrouxar exigências nas negociações de
venda. Para os pequenos e médios, em alguns casos, a única
saída é assumir a condição de
operário.
Foi o que fez o pequeno empresário Mozart Carreira, 47,
que deixou a função de gerente
de grandes fábricas para abrir
um negócio próprio. Em sua fabriqueta de calçados básicos femininos, ainda se vê nas paredes os restos do bar que funcionava no local.
"Tinha uma produção de 80 a
cem pares por dia, mas hoje os
pedidos pararam. Tive que dispensar nove dos meus dez funcionários", afirmou.
Agora, é ele quem trabalha,
das 7h às 22h, com o único funcionário que sobrou, para terminar as últimas encomendas.
Os grandes empresários,
apesar de terem mais estabilidade, não garantem que a onda
de demissões vai acabar -a Democrata anunciou 94 dispensas na última quarta-feira. "Vai
ser um ano em que vamos ter
que correr atrás. Quem ficar no
escritório esperando cair do
céu, vai se dar mal", disse Marco Antônio Lameirão, um dos
sócios da gigante Mariner.
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