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VIOLÊNCIA
Dona-de-casa foi atingida anteontem à noite por disparos em um bar localizado na periferia da cidade
Bala perdida mata mulher em Jardinópolis
IGOR RAMOS
free-lance para a Folha
A dona-de-casa Maria Helena
Izidoro morreu anteontem, às
20h30, no bairro Vila Reis, periferia de Jardinópolis (25 km de Ribeirão Preto), após ter sido atingida por uma bala perdida.
De acordo com a polícia, José
Moreira dos Santos estava em um
bar quando discutiu com duas
pessoas. A polícia informou que
ele fez vários disparos dentro do
bar e um deles acabou atingindo
Maria Helena, no tórax, quando
ela estava em frente à sua casa.
A vítima foi levada para um hospital, mas morreu em seguida.
Segundo a polícia, o autor dos
disparos foi reconhecido pelas
pessoas que estavam no local. Ele
conseguiu fugir logo após a vítima
ter sido atingida.
A polícia apurou que Santos não
possuía antecedentes criminais. O
delegado Ildon Pimenta de Pádua
acredita que as investigações para
se chegar ao autor do crime devem
ser concluídas ainda esta semana,
com a prisão de Santos.
De acordo com Pádua, a maioria
dos assassinatos registrados pela
polícia em Jardinópolis estão relacionados a brigas em bares.
"Há uma grande incidência de
brigas dentro de bares que, infelizmente, resultam em mortes."
Só neste ano, a Polícia Civil de
Jardinópolis registrou três casos
de brigas dentro de bares que resultaram em mortes.
O caso mais grave ocorreu no
mês passado, quando um borracheiro discutiu dentro de um bar,
no bairro Ilha Grande, e acabou
esfaqueando duas pessoas, sendo
que uma delas morreu e a outra foi
internada em estado grave.
Problema social
Na opinião do delegado, essas
brigas são motivadas principalmente por problemas sociais e
abuso no consumo de bebidas alcoólicas.
" A falta de emprego leva essas
pessoas para os bares e lá elas consomem bebidas exageradamente e
acabam brigando. Em alguns casos, elas cometem assassinatos."
O delegado afirma que a solução
para o problema seria a realização
constante de blitze nos bares,
principalmente na periferia da cidade.
"A maioria dos crimes ocorridos em Jardinópolis são banais e,
geralmente, as armas usadas são
facas e podões de cortar cana, instrumentos de trabalho. O uso de
armas de fogo é quase inexistente
por aqui", disse.
O delegado reclama da falta de
estrutura da Polícia Civil na cidade para a realização de rondas preventivas, que poderiam evitar os
crimes.
"A melhor maneira de se evitar
esse tipo de ocorrência é com a intensificação das blitze nos bares,
onde poderíamos detectar as pessoas armadas, mas temos apenas
cinco investigadores."
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