Ribeirão Preto, Terça, 25 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA
Dona-de-casa foi atingida anteontem à noite por disparos em um bar localizado na periferia da cidade
Bala perdida mata mulher em Jardinópolis

IGOR RAMOS
free-lance para a Folha

A dona-de-casa Maria Helena Izidoro morreu anteontem, às 20h30, no bairro Vila Reis, periferia de Jardinópolis (25 km de Ribeirão Preto), após ter sido atingida por uma bala perdida.
De acordo com a polícia, José Moreira dos Santos estava em um bar quando discutiu com duas pessoas. A polícia informou que ele fez vários disparos dentro do bar e um deles acabou atingindo Maria Helena, no tórax, quando ela estava em frente à sua casa.
A vítima foi levada para um hospital, mas morreu em seguida.
Segundo a polícia, o autor dos disparos foi reconhecido pelas pessoas que estavam no local. Ele conseguiu fugir logo após a vítima ter sido atingida.
A polícia apurou que Santos não possuía antecedentes criminais. O delegado Ildon Pimenta de Pádua acredita que as investigações para se chegar ao autor do crime devem ser concluídas ainda esta semana, com a prisão de Santos.
De acordo com Pádua, a maioria dos assassinatos registrados pela polícia em Jardinópolis estão relacionados a brigas em bares.
"Há uma grande incidência de brigas dentro de bares que, infelizmente, resultam em mortes."
Só neste ano, a Polícia Civil de Jardinópolis registrou três casos de brigas dentro de bares que resultaram em mortes.
O caso mais grave ocorreu no mês passado, quando um borracheiro discutiu dentro de um bar, no bairro Ilha Grande, e acabou esfaqueando duas pessoas, sendo que uma delas morreu e a outra foi internada em estado grave.

Problema social
Na opinião do delegado, essas brigas são motivadas principalmente por problemas sociais e abuso no consumo de bebidas alcoólicas.
" A falta de emprego leva essas pessoas para os bares e lá elas consomem bebidas exageradamente e acabam brigando. Em alguns casos, elas cometem assassinatos."
O delegado afirma que a solução para o problema seria a realização constante de blitze nos bares, principalmente na periferia da cidade.
"A maioria dos crimes ocorridos em Jardinópolis são banais e, geralmente, as armas usadas são facas e podões de cortar cana, instrumentos de trabalho. O uso de armas de fogo é quase inexistente por aqui", disse.
O delegado reclama da falta de estrutura da Polícia Civil na cidade para a realização de rondas preventivas, que poderiam evitar os crimes.
"A melhor maneira de se evitar esse tipo de ocorrência é com a intensificação das blitze nos bares, onde poderíamos detectar as pessoas armadas, mas temos apenas cinco investigadores."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.