Ribeirão Preto, Sexta-feira, 26 de Agosto de 2011 |
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4.000 podem ficar sem Bolsa Família na região Beneficiários precisam atualizar os cadastros para não perder o subsídio
Prefeituras dizem que as pessoas mudam muito de endereço; para docente, gestão precisa melhorar
JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO Ao menos 4.136 famílias carentes das quatro cidades mais populosas da região de Ribeirão Preto correm o risco de ter o subsídio do Bolsa Família bloqueado se não atualizarem seus dados pessoais até o dia 31 de outubro. As prefeituras de Ribeirão, Franca, São Carlos e Araraquara argumentam que estão à procura dos "desatualizados" desde o início deste ano -a revisão cadastral é obrigatória a cada dois anos- e que muitos mudam de endereço e até de cidade. Especialistas afirmam, porém, que ainda falta aos municípios fazer uma melhor gestão dos cadastros. Maior programa de transferência de renda do país, o Bolsa Família concede benefício mensal que atualmente varia de R$ 32 a R$ 242 a depender do número de filhos, entre outros critérios. Para receber o subsídio, a renda familiar por pessoa (incluindo bebês) não pode ser maior do que R$ 140. Bloqueado o benefício, em meados de novembro, se a família não buscar a prefeitura, o subsídio é cancelado definitivamente em janeiro. O maior número de "atrasados" está em São Carlos. Há 2.401 famílias que ainda estão com o cadastro desatualizado, o que representa 38% do total de 6.366 beneficiados com o programa. A prefeitura, via assessoria de imprensa, diz que tem um programa para reforçar o cadastramento e que está treinando os profissionais que atuam na área. Em Ribeirão, cerca de 800 famílias ainda não buscaram a prefeitura, de um total de 12 mil beneficiários. Além da mudança de endereço, há famílias que temem perder o benefício com o recadastramento, segundo Roberto Manoel Felippe Filho, da Secretaria da Assistência Social. "Alguns estavam antes desempregados, agora conseguiram emprego e temem que, com o aumento da renda, serão cortados." Em Franca, a estimativa é que faltam em torno de 800 famílias para atualização. "Além do endereço, eles mudam até de composição familiar, casando-se novamente, por exemplo", diz a responsável pelo programa, Luciana do Couto Facury. Em Araraquara, são 135 famílias que faltam se recadastrar -de 3.410 atendidas. GESTÃO Coordenadora do Centro de Gestão de Políticas Públicas da USP de Ribeirão, a socióloga Cláudia Souza Passador vê a falha não dos atendidos, mas das prefeituras. "O problema é que o município não faz a gestão apropriada do cadastro. A responsabilidade é do município e ele tem um ano para isso." Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Atendidos se esforçam para cumprir regras Índice | Comunicar Erros |
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