Ribeirão Preto, Domingo, 26 de Dezembro de 2010

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Ribeirão "exporta" compositores clássicos

Uma nova geração, com menos de 30 anos, tem inserido a música contemporânea no repertório das orquestras

Existência da Orquestra Sinfônica da cidade e do curso de música da USP dão suporte para a produção erudita local

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Com uma orquestra de 72 anos de idade, uma das mais antigas do país, e um dos maiores teatros de ópera do país, o Pedro 2º, Ribeirão Preto conseguiu formar uma plateia aberta a apresentações artísticas eruditas.
O que muitos não sabem é que, além de intérpretes, a cidade abriga uma consistente produção erudita, com compositores que conquistaram espaço no restrito meio da chamada "música clássica".
Desde nomes como os dos professores Rubens Ricciardi e José Gustavo Julião de Camargo, a uma geração mais recente, com menos de 30 anos de idade, Ribeirão Preto tem exportado uma safra de compositores responsáveis por incluir a música contemporânea nos repertórios das orquestras, que, muitas vezes, priorizam os chamados "clássicos europeus".
"A regra é o repertório clássico-romântico, dos séculos 18 e 19. Mundialmente, isso é o que é mais executado", afirmou o coordenador de projetos pedagógicos da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, Lucas Galon.
Ele próprio é um dos exemplos da safra mais recente de compositores locais. Aos 30 anos de idade teve, somente em 2010, duas peças eruditas executadas pela Sinfônica de Ribeirão Preto -as obras "Tango Episódico" e "Mote Finito".
Na base que permitiu essa produção estão dois pilares fundamentais, como a própria existência da orquestra.
A instituição tem como foco abrir espaço para a execução de obras contemporâneas, como as composições de artistas locais.
O outro ponto é o fato de Ribeirão abrigar o curso de música da USP (Universidade de São Paulo), já que a produção da música erudita está intimamente ligada aos meios acadêmicos.
"Isso não é algo ruim, mas, de certa forma, é resultado de um processo de desvalorização da música erudita enquanto obra de arte que chega ao público. É algo muito relegado ao meio especializado", disse Galon.
A nova diretoria da orquestra, que assumiu no final do ano, diz ter projetos para ampliar os incentivos à produção local e consolidar a formação de público (leia texto nesta página).
"Temos interesse em continuar a parceria com os nossos produtos locais. Ribeirão produz muita música boa e muito músico bom", afirmou a vice-presidente da orquestra, Dulce Neves.


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