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CPI quer tirar da fundação a realização da Feira do Livro
Comissão vai propor lei para revogar cessão do evento à Fundação Feira do Livro
Vereadores comunicam decisão à prefeita, depois que diretor da fundação disse, em ofício, que já deu todos os esclarecimentos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara de
Ribeirão Preto que investiga
suposto superfaturamento na
prestação de contas da Feira do
Livro de Ribeirão ocorrida no
ano passado quer revogar a lei
que permite a realização do
evento pela Fundação Feira do
Livro desde 2005.
A fundação é apontada pelos
vereadores da comissão como
responsável pelo suposto superfaturamento.
Segundo o presidente da CPI,
vereador Walter Gomes (PR), o
projeto pedindo a revogação da
lei será apresentado na próxima terça-feira, já com pedido
de votação em regime de urgência. Em caso de aprovação
do pedido, a Câmara votará a
revogação da lei já na próxima
quinta-feira.
Ontem de manhã, a CPI ouviria o vice-presidente financeiro
da Fundação Feira do Livro,
Edgar de Castro, mas ele não
compareceu à Câmara. Em vez
disso, apresentou aos vereadores um ofício assinado pelo advogado Hélio Navarro Neto.
No texto diz que "todas as informações e documentos pertinentes e necessários já foram
apresentados a estes mesmos
vereadores" quando a comissão
ainda era uma CEE (Comissão
Especial de Estudos).
Castro se disse ainda surpreso com a convocação porque o
objeto da investigação dos vereadores já é objeto de análise
do Ministério Público, "não havendo razões plausíveis e razoáveis para que repetidos esclarecimentos sejam prestados
novamente".
A CPI havia requisitado da
Fundação Feira do Livro comprovação de gastos com passagens aéreas e estadias em hotéis, extratos bancários relativos à prestação de contas da
Fundação Feira do Livro desde
2005 e a prestação de contas da
fundação relativas ao evento do
ano passado apresentada em
nível nacional.
Os documentos também não
foram entregues à CPI. A entidade enviou ofício à Câmara,
assinado pelo mesmo advogado, no qual reitera, entre outras
coisas, que não cabe à Câmara e
sim ao Ministério Público investigar ou examinar notas fiscais e orçamentos da fundação.
Além disso, o ofício diz que a
CPI deve pedir a comprovação
de gastos relativa a repasse de
verbas municipais à própria
prefeitura e não à fundação.
Diante das duas negativas, os
vereadores membros da CPI
foram até o Palácio Rio Branco
comunicar à prefeita Dárcy Vera (DEM) a decisão de retirar a
gestão da feira da Fundação
Feira do Livro.
Dárcy, no entanto, reafirmou
ontem que "a Feira do Livro é
de Ribeirão" e que vai repassar
ao evento, previsto para ocorrer entre os dias 10 e 20 de junho, R$ 500 mil, mesmo valor
do ano passado.
Segundo Walter Gomes, a
CPI estuda agora maneiras de
convocar Edgar de Castro e a
presidente da fundação, Isabel
de Farias, coercivamente.
Farias, que, em entrevistas
anteriores, negou qualquer irregularidade nas contas da feira, afirmou ontem apenas que a
diretoria da fundação não falará mais sobre a CPI.
A Feira do Livro de Ribeirão,
que vai para sua décima edição,
é considerada o maior evento
cultural da cidade.
Ecad
Ontem de manhã, a CPI ouviu André Goulart Franco, gerente do escritório do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) em Ribeirão, que move ações judiciais
contra a Fundação Feira do Livro. Motivo: não pagamento de
valores relativos a direitos autorais de músicas reproduzidas
em apresentações da Feira do
Livro de Ribeirão nos anos de
2008 e 2009. O Ecad cobra R$
78,8 mil. A fundação questiona
a cobrança e o valor.
Franco afirmou que a fundação também não pagou direitos
autorais referentes ao ano de
2007, mas a dívida, no valor de
R$ 29,1 mil ainda não é alvo de
cobrança judicial.
Segundo Franco, a prefeitura
figura como responsável solidária nas ações e pode ser responsabilizada pelo pagamento,
em caso de condenação. Isso,
segundo os vereadores, foi o
principal motivo de eles terem
ido à prefeitura.
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