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Nova área privada pode ser a solução para entulho
Resíduos da construção civil não têm destinação adequada em Ribeirão
Pela lei, os produtores privados de lixo da construção devem pagar para que empresa faça manejo de resíduos
DE RIBEIRÃO PRETO
Uma nova área privada de
210 mil m2 que começa a funcionar em agosto para receber e triar todo o entulho da
construção civil de Ribeirão
Preto promete ser a solução
para um problema crônico
da cidade: a falta de uma destinação adequada.
Para passar da fase de promessa, porém, terá que dissolver não só problemas físicos, mas também culturais,
econômicos e de responsabilidade que envolvem os restos das construções e reformas de imóveis.
A primeira dificuldade é
determinar o quanto é gerado pelas construções da cidade e, portanto, deveria ser
destinado às áreas que já recebem ou irão receber esse tipo de lixo -regularmente.
Segundo estimativa do secretário municipal do Meio
Ambiente, Joaquim Rezende,
a cidade produz por dia, em
média, 500 caçambas de restos oriundos de construções.
Dona da nova área para
triagem e destinação desse
material em Ribeirão, a Reciclax nunca recebeu mais do
que 260 caçambas por mês,
segundo levantamento feito
pela empresa nos primeiros
quatro meses de 2010.
A Reciclax é a principal
empresa do segmento em Ribeirão. Pela legislação, os
produtores privados de lixo
da construção devem pagar
para empresas como ela manejarem o que produziram.
"É um grande problema
para a cidade. Temos muito
descarte irregular em terrenos que não têm licença e,
até mesmo, em áreas de preservação ", disse Rezende.
O descarte irregular em
terrenos baldios e áreas desabitadas é o principal gargalo
cultural da questão dos resíduos da construção civil em
Ribeirão Preto.
"O problema é que o lixo
da construção civil é cachorro sem dono. É um vira-lata
que ninguém quer e nem assume", disse o diretor regional do Sinduscon (Sindicato
da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo), José Batista Ferreira.
Os geradores representados pela entidade, segundo
Batista, não chegam a totalizar 20% do que a cidade produz atualmente.
O restante vem de pequenos geradores, como casas
em construção ou reforma
que contratam, ou deveriam
contratar, sua caçamba.
Para tentar gerir toda essa
cadeia, a prefeitura começou
a cadastrar os caçambeiros
no ano passado -são 19 empresas atualmente.
O objetivo era conhecer a
real quantidade de material
gerado e orientar sobre o descarte. Mas há um entrave
econômico para isso.
Os empresários dizem que,
mesmo que o espaço de recebimento dos resíduos aumente, ainda não será possível dar a destinação adequada se o custo não cair -
atualmente são cobrados
R$ 40 por caçamba para fazer o despejo na ATT.
"Não tem condições de se
manter esse valor. É preciso
achar um caminho", disse o
assessor jurídico da Aterp
(Associação dos Transportadores de Entulho de Ribeirão
Preto), Maurício de Andrade.
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