Ribeirão Preto, Domingo, 27 de Junho de 2010

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Nova área privada pode ser a solução para entulho

Resíduos da construção civil não têm destinação adequada em Ribeirão
Pela lei, os produtores privados de lixo da construção devem pagar para que empresa faça manejo de resíduos

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma nova área privada de 210 mil m2 que começa a funcionar em agosto para receber e triar todo o entulho da construção civil de Ribeirão Preto promete ser a solução para um problema crônico da cidade: a falta de uma destinação adequada.
Para passar da fase de promessa, porém, terá que dissolver não só problemas físicos, mas também culturais, econômicos e de responsabilidade que envolvem os restos das construções e reformas de imóveis.
A primeira dificuldade é determinar o quanto é gerado pelas construções da cidade e, portanto, deveria ser destinado às áreas que já recebem ou irão receber esse tipo de lixo -regularmente.
Segundo estimativa do secretário municipal do Meio Ambiente, Joaquim Rezende, a cidade produz por dia, em média, 500 caçambas de restos oriundos de construções.
Dona da nova área para triagem e destinação desse material em Ribeirão, a Reciclax nunca recebeu mais do que 260 caçambas por mês, segundo levantamento feito pela empresa nos primeiros quatro meses de 2010.
A Reciclax é a principal empresa do segmento em Ribeirão. Pela legislação, os produtores privados de lixo da construção devem pagar para empresas como ela manejarem o que produziram.
"É um grande problema para a cidade. Temos muito descarte irregular em terrenos que não têm licença e, até mesmo, em áreas de preservação ", disse Rezende.
O descarte irregular em terrenos baldios e áreas desabitadas é o principal gargalo cultural da questão dos resíduos da construção civil em Ribeirão Preto.
"O problema é que o lixo da construção civil é cachorro sem dono. É um vira-lata que ninguém quer e nem assume", disse o diretor regional do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), José Batista Ferreira.
Os geradores representados pela entidade, segundo Batista, não chegam a totalizar 20% do que a cidade produz atualmente.
O restante vem de pequenos geradores, como casas em construção ou reforma que contratam, ou deveriam contratar, sua caçamba.
Para tentar gerir toda essa cadeia, a prefeitura começou a cadastrar os caçambeiros no ano passado -são 19 empresas atualmente.
O objetivo era conhecer a real quantidade de material gerado e orientar sobre o descarte. Mas há um entrave econômico para isso.
Os empresários dizem que, mesmo que o espaço de recebimento dos resíduos aumente, ainda não será possível dar a destinação adequada se o custo não cair - atualmente são cobrados R$ 40 por caçamba para fazer o despejo na ATT.
"Não tem condições de se manter esse valor. É preciso achar um caminho", disse o assessor jurídico da Aterp (Associação dos Transportadores de Entulho de Ribeirão Preto), Maurício de Andrade.


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