Ribeirão Preto, Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2009

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Acidente mata 4 e fere 28 na Anhanguera

Ônibus que ia de Formosa (GO) para São Paulo tombou no km 224 da principal rodovia da região, em Porto Ferreira

Sobrevivente do acidente relata ter vivido cena de filme de terror ao acordar com o ônibus tombado arrastando no canteiro

Márcia Ribeiro/Folha Imagem
O gerente operacional da Emtram, Joaquim de Araújo Bonfim, pega pertences espalhados no canteiro após ônibus ter sido desvirado

RAQUEL ILIANO
ENVIADA ESPECIAL A PORTO FERREIRA

Quatro pessoas morreram e 28 ficaram feridas, sendo quatro em estado grave, num acidente com um ônibus que ia de Formosa (GO) para São Paulo, ocorrido na madrugada de ontem, na rodovia Anhanguera, em Porto Ferreira.
Com 32 passageiros a bordo, o ônibus da empresa Emtram tombou no canteiro central da rodovia, no km 224, às 5h20, 11 horas e 20 minutos depois de ter saído da cidade goiana.
Morreram André Luiz Barbosa Peres, 27, Ivanilde Rodrigues da Costa, Valéria Chow e Francisco Soares Pereira -as idades das últimas três vítimas não foram informadas. Entre os 28 feridos, havia quatro crianças, que foram levadas às Santas Casas de Porto Ferreira e Pirassununga com escoriações, fraturas e cortes.
Às 2h15, em parada em Uberaba (MG), houve troca de motoristas e Gidevaldo Rodrigues de Almeida, 49, assumiu a direção. Ele, que foi indiciado por homicídio culposo (não-intencional) e responderá em liberdade, disse que, no momento do acidente, garoava e que não dormiu ao volante.
"De repente, senti o ônibus deslizar, depois senti um solavanco. Então, tentei voltar para a pista e não consegui", disse (leia texto nesta página).
Para a Polícia Rodoviária, no entanto, não chovia na hora em que o ônibus tombou. "A pista estava molhada, mas não chovia", disse o sargento Claudecir Graciano de Souza. Para ele, Almeida pode ter dormido. "A pista estava boa e não tinha nenhuma curva. Mas isso só vai ser confirmado com a perícia." O motorista nega ter dormido.
Entre os sobreviventes, o sentimento ontem era de que tinham vivido cenas de um filme. "Acordei com o ônibus arrastando na grama, parecia filme de terror. Peguei o martelinho e comecei a quebrar a janela. Quebrei tudo, mas ficaram algumas bordas de vidro. Então resolvi abrir a janela do teto do ônibus e sair por ali", disse Gustavo Henrique Moda, 29.
Duas horas após o acidente, o motorista foi levado até a delegacia de Porto Ferreira, onde prestou depoimento e fez o teste do bafômetro, cujo resultado deu negativo.
Entre os feridos graves, Adelson Oliveira, 54, teve pernas e braços quebrados, enquanto Daniele Mendes Santos, 14, e David Santos, 42, tiveram tendões rompidos. Já Marinalva Iguarino Santos, 54, foi transferida para o Hospital das Clínicas de Ribeirão e pode perder a visão do olho esquerdo.
Gerente operacional da Emtram, Joaquim de Araújo Bonfim afirmou ontem que a empresa está prestando apoio aos feridos e seus familiares e que lamenta o ocorrido. A perícia esteve no local do acidente e o resultado do laudo deve sair em 30 dias. A Folha procurou o delegado Idneo Ferreira para comentar o assunto, mas ele não foi encontrado durante o dia.


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