Dárcy anuncia que Carla Palhares ficará fora do país durante 17 dias por motivos particulares; é sua 2ª viagem em 1 mês

Ribeirão Preto vive a maior epidemia de dengue de sua história; embora a prefeita negue, anúncio da saída teve roteiro de despedida

Silva Junior/Folha Imagem

A prefeita Dárcy anuncia afastamento de Carla Palhares (atrás)

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Pela segunda vez em 30 dias e em meio a maior epidemia de dengue da história da cidade, a secretária da Saúde, Carla Palhares, deixará o cargo para viajar ao exterior por motivos particulares. O anúncio do afastamento, feito ontem pela prefeita Dárcy Vera (DEM), seguiu roteiro de despedida, embora oficialmente a informação é de que Palhares vai ficar fora do país somente por 17 dias.
Dárcy fez um balanço da gestão de Palhares. O mesmo ocorreu quando outros três secretários, Paulo Saquy (Governo), Francisco Pinghera (Fazenda) e José Roberto Romero (Infraestrutura), deixaram definitivamente o governo.
Outro indício de que a saída da secretária da Saúde pode ser definitiva é que o ex-superintendente do Daerp Luiz Joaquim também deixou o cargo "temporariamente" e não voltou mais a assumi-lo.
Questionada se a saída será definitiva, Dárcy disse que ainda "conta com a participação" da médica no governo. "Carla está com um problema pessoal, familiar. Sou mãe e entendo os motivos dela. Retornando, ela será importantíssima para que a gente implemente os projetos que temos para a Saúde."
Quem assume o posto de Palhares agora será Stenio Miranda, técnico da Vigilância Epidemiológica -na primeira licença que tirou, há menos de um mês, foi a assistente da secretária, Darlene Mestriner, quem a substituiu na pasta.
Miranda foi uma indicação de Palhares e de sua assistente. Segundo fontes do governo, o nome desagradou parte do alto escalão da prefeitura porque o substituto não é político e o momento de crise da Saúde na cidade demandaria alguém com mais "traquejo".
Ribeirão tem 13.046 casos de dengue confirmados. Além disso, há uma crise envolvendo médicos e dentistas, que ameaçam pedir demissão em massa, caso a prefeitura não melhore o salário das duas categorias.
Hoje, médicos e dentistas vão se reunir em assembleia para discutir a contraproposta do governo para o pagamento de prêmio incentivo aos profissionais (leia texto nesta página). Miranda, diferentemente do que fez Palhares, não deve participar dos debates.
"Eu acho que o gestor não deve participar. A Carla estava numa situação especial porque ela foi presidente do sindicato [dos médicos] e se sentiu à vontade para participar. Eu ainda vou avaliar o assunto com a prefeita", disse Miranda.
Palhares negou qualquer desgaste com o governo ou com médicos e dentistas e reiterou que seu pedido de afastamento se deve a problemas familiares.


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