|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AGRICULTURA
Município toma outros rumos com o avanço da produção de cana e o crescimento do cultivo do abacate
Jardinópolis abandona "mito" da manga
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
CÁSSIO TOMAIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Por muitas décadas, Jardinópolis ficou conhecida como a "capital da manga", cenário que atualmente toma outros rumos, com o
avanço da produção de cana-de-açúcar na região e o crescimento
do cultivo do abacate.
É o que está acontecendo com
muitos dos produtores locais. Segundo o secretário da Agricultura, Antônio Carlos Lipole, 51, a
produção de abacate hoje já chega
a cerca de 50 mil pés.
No auge do cultivo da manga, a
cidade produzia mais de 200 mil
pés, hoje restritos a 30 mil. A redução se intensificou nos últimos
cinco anos.
Um dos fatores que contribuem
para a mudança é o baixo custo da
produção do abacate, que não
exige uma mão-de-obra especializada como o cultivo da manga.
Segundo o produtor Rafael Augusto Brigliadori, 46, a manga necessita de um atendimento especial na pós-produção, como embalagens e tempo de maturação
nos balcões. O abacate, ao contrário, após a colheita, já pode ser
transportado. "Na produção de
abacate, empregamos menos funcionários e temos a vantagem dos
próprios apanhadores poderem
participar do empacotamento."
Outros fatores que beneficiam o
aumento da produção de abacate
na cidade são o solo e o clima. Segundo o agrônomo João Lúcio
Marasco, a fruta é bastante exigente em relação ao tipo de solo.
Já o clima quente e chuvoso da região auxilia o cultivo da fruta, ao
contrário da manga, que necessita
de pouca chuva.
Cana-de-açúcar
Além de possuir um solo fértil
para o abacate, Jardinópolis também está abandonando aos poucos a manga em troca do cultivo
da cana-de-açúcar.
Segundo Brigliadori, os canaviais estão mudando a agricultura
da cidade. "Já presenciei vários
pomares de manga que foram tomados pela cana", disse o produtor, que afirma ser difícil encontrar um sítio que não tenha aderido aos canaviais.
Para o produtor Antônio Hernandez, 60, a manga já não representa mais a cidade. "Há muito
tempo Jardinópolis não tem mais
produção de manga", disse.
Ele estima uma produção de 40
mil caixas de abacate em sua fazenda para 2001.
Outra vantagem que os produtores de Jardinópolis tem encontrado na produção de abacate é o
fato de ele ser colhido entre os
meses de janeiro e julho, período
não correspondente à safra da
manga. "Assim, eu posso manter
a minha produção de manga e de
abacate e trabalhar durante todo
o ano", afirmou Hernandez.
Texto Anterior: Barretos regulariza 47 loteamentos Próximo Texto: Prefeitura vê mudança como opção para seguir no mercado Índice
|