Família de menina de dois anos quer R$ 1 mi da Prefeitura de Serrana por suposto erro em atendimento em PS

Médica não teria feito exame mais detalhado; criança foi socorrida no HC de Ribeirão e morreu vítima de pneumonia

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A família de Heloysa Vicente Mota entrou com uma ação por danos morais contra a Prefeitura de Serrana, exigindo indenização de R$ 1 milhão pela morte da menina em agosto de 2009, quando ela tinha dois anos e três meses de idade.
A criança morreu vítima de pneumonia e insuficiência respiratória aguda. Os pais dizem acreditar que houve falha no atendimento.
Segundo o advogado da família, Rogério Marcos da Silva, a criança foi ao Pronto-Socorro Municipal Menino Jesus com febre e tosse.
Após espera, foram atendidos por uma mulher que se identificou como médica do local. "Eles não foram atendidos pela pediatra que já havia consultado a menina em outra ocasião. A mulher só prescreveu um medicamento e ainda se negou a fazer exame de raio-X."
Segundo o pai da menina, o ambulante Gilson Pereira Mota, 25, o atendimento foi feito por uma residente de medicina, que teria assinado a receita médica como se fosse a pediatra.
"Não é porque somos pobres que não merecemos respeito. O que essa mulher fez foi um absurdo. Nós falamos que a minha filha não estava bem, mas nem assim ela se preocupou. Insistimos para fazer o raio-x, mas ela disse que não precisava."
Quatro dias depois, a bebê foi internada na Santa Casa de Ribeirão Preto. Segundo o pai, 15 horas depois da internação, a menina foi transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
"Os médicos disseram que, se tivessem visto antes que ela estava com pneumonia, com certeza daria tempo de salvá-la. Não me conformo de ter perdido minha filha dessa maneira. Ela nunca mais vai voltar, mas quem sabe processando a prefeitura erros assim não se repitam", afirma o pai.
A prefeitura diz que abriu em março um procedimento administrativo disciplinar para apurar o caso.


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