Ribeirão Preto, Segunda-feira, 29 de Agosto de 2011

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Rebelião na ex-Febem deixa 12 feridos

Seis adolescentes e seis funcionários ficaram machucados no motim de quase sete horas na unidade de Ribeirão

Nove familiares e dois servidores foram feitos reféns até o final da tarde; OAB e Fundação Casa vão apurar o fato

Edson Silva/Folhapress
Carro da Polícia Militar deixa a unidade a Fundação Casa em Ribeirão, depois da rebelião que durou quase sete horas

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Seis funcionários e seis adolescentes terminaram feridos em uma rebelião ontem na unidade de internação da Fundação Casa (antiga Febem) em Ribeirão Preto, que durou quase sete horas.
Seis adolescentes se machucaram no motim -a assessoria de imprensa da fundação não deu detalhes da gravidade dos ferimentos.
Ao menos três dos funcionários tiveram cortes na cabeça -um deles permanecia internado até o início da noite de ontem, de acordo com o Hospital São Francisco, onde foram atendidos.
Outro funcionário teve duas costelas quebradas, mas não ficou internado, segundo o Sitraemfa, sindicato dos funcionários da instituição. O motim começou às 10h30 e terminou às 17h, de acordo com a Polícia Militar.
Em torno de 30 adolescentes estavam no módulo rebelado -na unidade, há outros três, no total de 120 garotos.
O confronto aconteceu durante o horário de visitas e havia crianças, mulheres e idosas em meio ao conflito.
Jessica Rodrigues, 18, mulher de um dos adolescentes, disse que os internos jogaram nos funcionários cadeiras e grades -até uma televisão quebrada foi arremessada na cabeça de um servidor.
De acordo com Daniela da Silva, 18, companheira de outro interno, o estopim do confronto foi a agressão praticada contra os jovens.
"Em toda visita vejo ele e os outros com hematomas de pancada", disse.
A rebelião só foi contida 40 minutos após o início, mas dois funcionários e nove familiares permaneceram reféns até a chegada da corregedoria da Fundação Casa, no final da tarde de ontem.
A corregedoria vai apurar agora os motivos da rebelião. Se for comprovado que houve maus-tratos, os envolvidos poderão ser demitidos.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB abrirá sindicância para apurar o motim.


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