Ribeirão Preto, Sábado, 30 de Janeiro de 2010

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Custo de vida no mês é o maior desde 2005

Alta de 1,99% do ICV é a terceira maior da década; ao longo de todo o ano passado, índice foi de 3,25%

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

O aumento do custo de vida em Ribeirão Preto detectado em janeiro já é o mais alto para o mês desde 2005 e o terceiro maior da década. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), o ICV (Índice de Custo de Vida) teve alta, em janeiro, de 1,99%.
No acumulado de 2009, o mesmo índice somou 3,25%. Isso significa que o ICV de janeiro equivale a 60% da alta registrada ao longo de todo 2009.
Entre os grupos de preços pesquisados, educação (4,20%) e alimentos (3,54%) lideraram as altas. Transportes teve a menor inflação (0,48). O único item com deflação foi o da habitação (-0,02%).
Para o professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, Alberto Borges Matias, o aumento em janeiro assusta. "É um índice muito alto", disse.
Segundo Matias, a escalada dos preços aponta para uma demanda aquecida do consumo. O caso da educação é um exemplo. "Se as escolas estão aumentando o preço, é porque têm grande procura", disse.
O impacto dessa alta na educação, porém, concentra-se em janeiro e tem pouca influência no custo de vida ao longo do ano, disse o presidente regional do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), João Andrade Velloso.
Para o diretor do instituto da ACI-RP, Vicente Golfeto, a alta em itens como vestuário (0,31%) e despesas pessoais (2,31%) também indica o bom desempenho da economia em dezembro, que levou os lojistas a venderem mais e, em janeiro, liquidarem menos.
Já o mau desempenho da habitação, segundo os especialistas ouvidos pela Folha, está relacionado à deflação mostrada pelo IGP-M (Índice de Preços ao Consumidor -Mercado), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que baseia a maioria dos contratos de aluguel.
Segundo Golfeto, a inflação decorrente do crescimento econômico será preocupante em 2010. Para Matias, porém, será preciso esperar os próximos meses para saber se os aumentos de janeiro não foram sazonais, ou seja, verificados somente nesta época do ano.


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