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Custo de vida no mês é o maior desde 2005
Alta de 1,99% do ICV é a terceira maior da década; ao longo de todo o ano passado, índice foi de 3,25%
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
O aumento do custo de vida
em Ribeirão Preto detectado
em janeiro já é o mais alto para
o mês desde 2005 e o terceiro
maior da década. Segundo levantamento do Instituto de
Pesquisas Sociais da ACI-RP
(Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), o
ICV (Índice de Custo de Vida)
teve alta, em janeiro, de 1,99%.
No acumulado de 2009, o
mesmo índice somou 3,25%.
Isso significa que o ICV de janeiro equivale a 60% da alta registrada ao longo de todo 2009.
Entre os grupos de preços
pesquisados, educação (4,20%)
e alimentos (3,54%) lideraram
as altas. Transportes teve a menor inflação (0,48). O único
item com deflação foi o da habitação (-0,02%).
Para o professor da FEA-RP
(Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto), da USP, Alberto Borges Matias, o aumento
em janeiro assusta. "É um índice muito alto", disse.
Segundo Matias, a escalada
dos preços aponta para uma demanda aquecida do consumo.
O caso da educação é um exemplo. "Se as escolas estão aumentando o preço, é porque têm
grande procura", disse.
O impacto dessa alta na educação, porém, concentra-se em
janeiro e tem pouca influência
no custo de vida ao longo do
ano, disse o presidente regional
do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), João Andrade Velloso.
Para o diretor do instituto da
ACI-RP, Vicente Golfeto, a alta
em itens como vestuário
(0,31%) e despesas pessoais
(2,31%) também indica o bom
desempenho da economia em
dezembro, que levou os lojistas
a venderem mais e, em janeiro,
liquidarem menos.
Já o mau desempenho da habitação, segundo os especialistas ouvidos pela Folha, está relacionado à deflação mostrada
pelo IGP-M (Índice de Preços
ao Consumidor -Mercado), da
FGV (Fundação Getúlio Vargas), que baseia a maioria dos
contratos de aluguel.
Segundo Golfeto, a inflação
decorrente do crescimento
econômico será preocupante
em 2010. Para Matias, porém,
será preciso esperar os próximos meses para saber se os aumentos de janeiro não foram
sazonais, ou seja, verificados
somente nesta época do ano.
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