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Casal celebra união em clima de "apagão ecológico"
Marcela Ribeiro e Fernando Jin casaram à luz de velas
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA
Num prédio de 40 apartamentos da agitada rua Rodésia,
na Vila Madalena, o salão de
festas estava às escuras. Lá dentro, no entanto, cerca de cem
pessoas celebravam um casamento. À luz de velas.
A festividade, em clima de
"apagão ecológico", atendia ao
pedido da Hora do Planeta, iniciativa criada em 2007, em
Sydney (Austrália), pela organização não governamental
WWF. Pela proposta, que chegou anteontem ao Brasil, todos
deveriam apagar as luzes das
20h30 às 21h30.
Segundo a ONG, cerca de 1
bilhão de pessoas em 3.900 cidades de 88 países "apagaram".
Até ontem à noite, o WWF não
tinha um balanço sobre a adesão em São Paulo. A julgar pelos
prédios, bares e restaurantes
iluminados em toda a cidade,
pode-se dizer que ela não foi
significativa.
"Desde pequenina, separo lixo. Achei que a festa poderia ser
uma iniciativa para conscientizar as pessoas", disse a noiva, a
cantora Marcela Ribeiro, 28.
Nada de copos ou bandejinhas
descartáveis. Era tudo de vidro
e porcelana. O convite (via e-mail, claro) informava sobre a
adesão à Hora do Planeta.
Dez velas garantiam a iluminação. Quem quisesse levar
uma para casa podia comprá-la
(de R$ 20 a R$ 25, cada uma).
As velas, feitas de sobra de parafina e decoradas com resíduos diversos, foram criadas
pela tia da noiva, a bióloga Patricia Blauth, 46.
Na festa, a música dispensou
eletricidade. A animação ficou
por conta de clássicos como o
"Samba do Arnesto", de Adoniran Barbosa. "Ninguém reclamou", disse o noivo, o designer
Fernando Dana Jin, 22.
Do outro lado do corredor,
luzes acessas na sala de sinuca.
O estudante Caio Vinicius
Campos, 20, reclamava. "Desculpa aí. Não dá para jogar com
velas, né?"
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