Ribeirão Preto, Segunda-feira, 30 de Março de 2009

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Casal celebra união em clima de "apagão ecológico"

Marcela Ribeiro e Fernando Jin casaram à luz de velas

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA

Num prédio de 40 apartamentos da agitada rua Rodésia, na Vila Madalena, o salão de festas estava às escuras. Lá dentro, no entanto, cerca de cem pessoas celebravam um casamento. À luz de velas.
A festividade, em clima de "apagão ecológico", atendia ao pedido da Hora do Planeta, iniciativa criada em 2007, em Sydney (Austrália), pela organização não governamental WWF. Pela proposta, que chegou anteontem ao Brasil, todos deveriam apagar as luzes das 20h30 às 21h30.
Segundo a ONG, cerca de 1 bilhão de pessoas em 3.900 cidades de 88 países "apagaram". Até ontem à noite, o WWF não tinha um balanço sobre a adesão em São Paulo. A julgar pelos prédios, bares e restaurantes iluminados em toda a cidade, pode-se dizer que ela não foi significativa.
"Desde pequenina, separo lixo. Achei que a festa poderia ser uma iniciativa para conscientizar as pessoas", disse a noiva, a cantora Marcela Ribeiro, 28. Nada de copos ou bandejinhas descartáveis. Era tudo de vidro e porcelana. O convite (via e-mail, claro) informava sobre a adesão à Hora do Planeta.
Dez velas garantiam a iluminação. Quem quisesse levar uma para casa podia comprá-la (de R$ 20 a R$ 25, cada uma). As velas, feitas de sobra de parafina e decoradas com resíduos diversos, foram criadas pela tia da noiva, a bióloga Patricia Blauth, 46.
Na festa, a música dispensou eletricidade. A animação ficou por conta de clássicos como o "Samba do Arnesto", de Adoniran Barbosa. "Ninguém reclamou", disse o noivo, o designer Fernando Dana Jin, 22.
Do outro lado do corredor, luzes acessas na sala de sinuca. O estudante Caio Vinicius Campos, 20, reclamava. "Desculpa aí. Não dá para jogar com velas, né?"


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