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Na Agrishow, Serra e Dilma divergem sobre taxa de juros
Para a petista, alta nos juros mostra responsabilidade, enquanto o tucano critica
Pré-candidatos na sucessão presidencial, no entanto, têm opinião semelhante sobre as invasões de terra
pelos movimentos sociais
DA FOLHA RIBEIRÃO
Durante a visita à Agrishow, ontem, os pré-candidatos à Presidência da República José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) apresentaram opiniões divergentes sobre o aumento na taxa de juros aprovado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) anteontem. Enquanto a petista defendeu a política econômica do governo, Serra chamou a medida de "dolorosa" para a economia. Em comum, ambos disseram ser contra as invasões de terra.
Primeira a visitar a Agrishow, Dilma afirmou que a alta da taxa Selic de 8,75% para 9,5% ao ano determinada pelo Copom não vai afetar a economia e que a eleição não vai influir nas decisões sobre os juros. Ela classificou a atitude do Copom como "uma demonstração de grande responsabilidade do governo do presidente Lula com o povo trabalhador brasileiro".
A pré-candidata também arrancou aplausos de produtores rurais e empresários do setor ao declarar que é contrária à invasão de terras por movimentos sociais. "Não acho correta uma atitude violenta contra os movimentos sociais. Mas não pretendo compactuar com nenhuma atividade ilegal. Eu acho que todos nós estamos sob o mesmo princípio legal. O que cada um de nós não pode fazer, ninguém pode fazer."
A ex-ministra ainda participou de um almoço para cerca de 350 convidados patrocinado pelo PT de São Paulo, onde discursou por meia hora e, depois, distribuiu abraços e beijos, sem recusar nenhum pedido para tirar fotografias.
À tarde, durante a sua visita, Serra disse que o aumento de juros foi uma medida "dolorosa" para a agricultura e outros setores da economia. "É um problema para a agricultura, que tem dificuldade para exportações, para a concorrência externa", afirmou.
Disse ainda que se pergunta o motivo pelo qual entra governo e sai governo e o Brasil continua com a maior taxa de juros no mundo. E prometeu que vai se debruçar sobre esse assunto se for eleito presidente.
Serra também se negou a comentar declarações feitas pelo senador Aloizio Mercadante (PT) sobre o valor dos pedágios cobrados nas rodovias paulistas. Mercadante disse ontem que o preço dos pedágios está inibindo o desenvolvimento do Estado. Questionado, Serra não comentou. "Não poderia haver perda de tempo maior do que comentar qualquer coisa desse personagem."
Serra ainda defendeu o fim de barreiras comerciais e criticou as invasões de terras. "Movimento social é uma coisa, movimento político é outra. Esse movimento de invasões que nós estamos vendo no campo é político."
(VERIDIANA RIBEIRO E LEANDRO MARTINS)
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