Secretaria diz que falta médico na UBDS atendida pela Unaerp e que posto da USP na V. Tibério tem baixa resolubilidade

Contratos de parceria feitos em administração anterior passam por revisão; universidades negam haver problemas

Edson Silva/Folha Imagem

Pacientes aguardam atendimento na UBDS do Castelo Branco, administrada em parceria com a Unaerp

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto apontou falhas no serviço prestado pela Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) e pela FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP, no pronto-atendimento das unidades 24 horas em que elas atuam.
Por causa disso, os convênios com estão sendo revisados. A Unaerp cuida da UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do Castelo Branco e a USP é responsável pelo atendimento no CSE (Centro de Saúde Escola) da Vila Tibério.
A Unaerp, segundo a secretária da Saúde, Carla Palhares, não disponibiliza diariamente o número de profissionais acordado com a pasta na época em que foi firmado o convênio de parceria, há cinco anos. Pelo acordo, a instituição deveria manter em todos os turnos dois médicos plantonistas, além de dois residentes supervisionados por um médico.
A falha no CSE da Vila Tibério, segundo Carla, se refere á baixa resolubilidade do atendimento, ou seja, muitos pacientes são encaminhados aos hospitais em comparação com a média de pedidos feitos pelas outras unidades.
Anteontem à tarde, a Folha visitou as duas unidades de saúde. Na UBDS do Castelo Branco, o movimento era tranquilo e a escala de médicos estava completa. Já na CSE da Vila Tibério, pacientes reclamavam da demora.
Às 17h, Cecília Francisco, 44, ainda aguardava a mãe Antonia de Oliveira Francisco, 77, ser liberada. As duas haviam chegado à unidade às 10h.
Maria Clara Honorato, 56, foi embora da unidade às 17h20 e tinha chegado ao posto por volta das 13h. "Aqui, tem sempre muita demora. Hoje [anteontem], até que não foi tanto assim porque chegou muita urgência", disse.

Outro lado
Procurado pela Folha, o diretor do CSE da Vila Tibério, João Terra Filho, disse que durante as discussões a secretaria não se queixou de baixa resolubilidade no pronto-atendimento. Afirmou ainda que os profissionais, quando encaminham um paciente para o hospital, levam em consideração o conhecimento adquirido na universidade.
A Unaerp se manifestou em nota, mas não comentou a ausência de médicos. Segundo a instituição, houve aumento de aproximadamente 30% na demanda do pronto-atendimento entre 2003 e 2008.
A secretária da Saúde afirmou que nenhum convênio será ampliado antes de ficar comprovado que o acordo original está sendo cumprido.
O convênio com a Medicina da USP foi renovado, mas a secretaria ainda discute a necessidade, apontada pelo CSE, de contratação de mais um médico no período da tarde para aumentar o fluxo no atendimento, o que encareceria a parceria. Uma alternativa que está sendo estudada entre as duas partes é o "empréstimo" de um médico da prefeitura.
Atualmente, trabalham no CSE três médicos e um residente por turno. Em média, o centro atende entre 300 a 350 pessoas por dia.
O convênio com a Unaerp deve ser renovado até o final deste ano. No próximo dia 5, representantes da universidade e da secretaria se reúnem para discutir os termos.
Carla afirmou que, apesar da necessidade de revisão, a prefeitura não tem interesse em romper as parcerias com as faculdades.


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