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Morte por Aids sobe em São Paulo após 13 anos de queda
Diagnóstico tardio é responsável por metade dos óbitos; ocorrem cerca de 3.330 mortes por ano
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Balanço da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
mostra que a taxa de mortalidade por Aids no Estado subiu pela primeira vez desde 1995. O
número de mortes em 2008 foi
de 8,2 por 100 mil habitantes,
contra 8 por 100 mil no ano anterior. Morrem cerca de 3.300
soropositivos por ano.
"O impacto da terapêutica
antirretroviral nos últimos
anos levou à queda da mortalidade e houve uma estagnação.
O problema hoje ainda é o diagnóstico tardio do HIV. Muitas
pessoas procuram o médico já
com sintomatologia avançada,
quando a terapia não é mais tão
eficaz", afirma Maria Clara Viana, diretora do Programa Estadual DST-Aids.
Metade das mortes de soropositivos em São Paulo ocorre
por essa razão. O restante se
deve a dificuldades de adesão
do paciente ao tratamento, infecções oportunistas ou no momento do diagnóstico e problemas com a terapia.
A contaminação por HIV, no
entanto, caiu 64,4% de 1998 a
2008 -de 34,3 casos por 100
mil habitantes para 12,2 casos.
Novas recomendações
A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou ontem
novas orientações para o tratamento da doença. Entre elas,
recomenda-se iniciar o tratamento quando a dosagem de
CD4 (células de defesa atacadas
pelo HIV) chegar a 350 células
por milímetro cúbico. Hoje, a
orientação é de tratamento
obrigatório a partir de 200.
"No Brasil, há recomendação
de tratamento abaixo dos 350
desde 2008. Estamos discutindo começar mais cedo [entre
500 e 350] em casos especiais,
como idosos, cardiopatas e
doentes renais", diz Denize Lotufo, infectologista do Centro
de Referência e Treinamento
em Aids da secretaria estadual.
A OMS também orienta mulheres com o vírus a amamentar seus bebês até um ano de
idade, com uso de medicamentos por ambos.
No entanto, segundo Lotufo,
a recomendação não se aplica à
realidade brasileira. "Isso vale
para países pobres. Existe um
risco grande de transmissão
durante a amamentação e,
aqui, oferecemos apoio às mães
e aos filhos; seria um retrocesso
tratar os bebês com medicamentos", afirma.
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