|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ômega 3 não previne novo ataque cardíaco
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo divulgado no
encontro do American College of Cardiology na segunda-feira mostra que
suplementos de ômega 3
não trazem benefícios a
pacientes com histórico de
infarto. O trabalho foi realizado pela Universidade
de Heidelberg, na Alemanha, com 3.851 pacientes
infartados.
Um grupo recebeu 1 g de
ômega 3 por dia, como
orienta a American Heart
Association, e o outro, placebo. Em um ano, as taxas
de mortalidade e de um
novo infarto permaneceram as mesmas em ambos.
"A diretriz da associação
americana era baseada em
um estudo de 1999. Desde
então, não tinha sido publicado nenhum outro
grande estudo. Só que a terapêutica pós-infarto melhorou muito", explica o
cardiologista José Rocha
Faria, diretor do Departamento de Arterosclerose
da Sociedade Brasileira de
Cardiologia.
O aumento da eficácia
no tratamento de infarto é
a principal explicação para
o baixo desempenho do
suplemento. Medicamentos e procedimentos para a
recuperação do infartado
melhoraram, e o suplemento de ômega 3 deixou
de ser relevante.
"Quando se pensa em
áreas com apelo comercial
não tão grande, como a nutricional, o interesse "é
menor. É por isso que a
ciência mais pura tem de
sair da universidade, onde
não há tanto apelo comercial. Existem algumas
questões que, se não for na
universidade, ninguém vai
estudar", diz Faria.
Não existe nenhuma
comprovação científica de
que suplementos de ômega 3 previnam eventos cardiovasculares.
Texto Anterior: Diretrizes cardíacas têm pouca evidência Próximo Texto: Câncer de mama: 31% das brasileiras nunca fizeram uma mamografia Índice
|