São Paulo, sábado, 03 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Picada de agulha é rotina para adolescentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Abrir mão de bolacha recheada e tomar injeção não são coisas fáceis para adultos, que dirá para garotos. Mas Felipe, 17, Giulia, 10, e Kawe, 10, aprenderam a controlar o diabetes 1 e a conviver com dietas e picadas.
Felipe Droppa Poleti descobriu a doença aos 14 anos. Depois de perder quatro quilos e de sentir vontade de ir ao banheiro a cada dez minutos, decidiu procurar um médico.
Fez os exames e descobriu que o nível de glicose no sangue estava 426 mg/dl (o normal é entre 80 e 100 mg/dl). "Fui internado. No começo, chorei desesperadamente, porque eu achava o fim do mundo ter que tomar injeção todos os dias antes de comer. O tempo foi passando e hoje tenho uma vida normal, apesar de picar minha barriga, coxa ou braço pelo menos quatro vezes ao dia", diz.
Giulia Pellegatti Britto Rosa foi diagnosticada aos nove. Depois de uma festa, passou a noite bebendo água e urinando com muita frequência. Constatou que o índice de glicose no sangue também estava fora dos padrões. Foi internada às pressas e ficou 11 dias no hospital.
A menina diz que o que mais a incomodou, depois de saber o diagnóstico, foi abrir mão dos doces e passar a carregar agulha e insulina para onde for.
"Não foi fácil me acostumar com as picadas de agulha duas vezes por dia. Mas, agora, um ano e três meses depois, eu mesma aplico as injeções e não vejo mais problemas nisso."
O estudante Kawe Molina Ustolin Valêncio tinha seis anos quando descobriu que era diabético. Assim como Felipe e Giulia, bebia muita água, ia muito ao banheiro e também precisou ser internado.
Mas, diferentemente de Felipe e Giulia, que se picam o dia todo, Kawe usa uma bomba de insulina presa à cintura. O aparelho libera o hormônio constantemente, sempre que necessário. Mas ele não está livre das picadas: são feitas a cada três dias, para controle.
O menino, que se acostumou a ler a tabela nutricional dos alimentos antes de os consumir, reclama da dieta sem bolachas, sem macarrão, sem arroz, sem pão. "Agora, tudo é integral. Eu também sinto falta de tomar Fanta uva." (FB)


Texto Anterior: Aumenta incidência de diabetes juvenil
Próximo Texto: Entrevista: Livro associa "pandemia" a estilo de vida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.