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Picada de agulha é rotina para adolescentes
DA REPORTAGEM LOCAL
Abrir mão de bolacha recheada e tomar injeção não são coisas fáceis para adultos, que dirá
para garotos. Mas Felipe, 17,
Giulia, 10, e Kawe, 10, aprenderam a controlar o diabetes 1 e a
conviver com dietas e picadas.
Felipe Droppa Poleti descobriu a doença aos 14 anos. Depois de perder quatro quilos e
de sentir vontade de ir ao banheiro a cada dez minutos, decidiu procurar um médico.
Fez os exames e descobriu
que o nível de glicose no sangue
estava 426 mg/dl (o normal é
entre 80 e 100 mg/dl). "Fui internado. No começo, chorei desesperadamente, porque eu
achava o fim do mundo ter que
tomar injeção todos os dias antes de comer. O tempo foi passando e hoje tenho uma vida
normal, apesar de picar minha
barriga, coxa ou braço pelo menos quatro vezes ao dia", diz.
Giulia Pellegatti Britto Rosa
foi diagnosticada aos nove. Depois de uma festa, passou a noite bebendo água e urinando
com muita frequência. Constatou que o índice de glicose no
sangue também estava fora dos
padrões. Foi internada às pressas e ficou 11 dias no hospital.
A menina diz que o que mais
a incomodou, depois de saber o
diagnóstico, foi abrir mão dos
doces e passar a carregar agulha e insulina para onde for.
"Não foi fácil me acostumar
com as picadas de agulha duas
vezes por dia. Mas, agora, um
ano e três meses depois, eu
mesma aplico as injeções e não
vejo mais problemas nisso."
O estudante Kawe Molina
Ustolin Valêncio tinha seis
anos quando descobriu que era
diabético. Assim como Felipe e
Giulia, bebia muita água, ia
muito ao banheiro e também
precisou ser internado.
Mas, diferentemente de Felipe e Giulia, que se picam o dia
todo, Kawe usa uma bomba de
insulina presa à cintura. O aparelho libera o hormônio constantemente, sempre que necessário. Mas ele não está livre das
picadas: são feitas a cada três
dias, para controle.
O menino, que se acostumou
a ler a tabela nutricional dos
alimentos antes de os consumir, reclama da dieta sem bolachas, sem macarrão, sem arroz,
sem pão. "Agora, tudo é integral. Eu também sinto falta de
tomar Fanta uva."
(FB)
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