|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
FOCO
Cartilha ensina a comunicar diagnóstico de HIV a crianças
Karime Xavier/Folhapress
![](../images/h0510201001.jpg) |
|
Kit para facilitar a conversa com pacientes infantis, que a Saúde de SP mostra hoje
GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO
Um boneco representa a
criança portadora do HIV. Os
soldadinhos, seus anticorpos. Ela aprende que, quando toma os remédios, os soldadinhos ganham armadura
suficiente para conter os
monstrinhos que a atacam.
Com esse conjunto de
brinquedos que inclui também um tabuleiro e aparelhos médicos, o Centro de Referência e Treinamento em
DST/Aids de São Paulo pretende ajudar os profissionais
de saúde a contar para as
crianças que elas são portadoras do vírus.
A Secretaria Estadual da
Saúde de São Paulo apresenta o kit hoje, em um encontro
de serviços de assistência especializada em DST/Aids.
Junto com o jogo pedagógico será lançada uma cartilha que ensina o profissional
da saúde a comunicar o diagnostico da forma mais adequada aos pacientes infantis.
O material foi criado depois de sete anos de estudo
com crianças contaminadas
na gestação (transmissão
vertical) e atendidas nos ambulatórios de infectologia especializados. A ação foi desenvolvida com a Unifesp.
A infectologista Mariliza
Silva, consultora do projeto,
disse que muitas dessas
crianças se descobriram soropositivas sozinhas. "Várias
ouviram conversas dos pais
ou descobriram pela TV, o
que só alimenta fantasias."
Segundo o manual, por
exemplo, deve-se dar a notícia à criança quando ela já
for capaz de guardar um segredo, para não se expor ao
estigma da doença entre os
seus amigos.
"Não há um momento certo para dar o diagnóstico. O
importante é que o assunto
seja introduzido aos poucos e
que a criança aprenda por
meio de um processo lúdico", diz a infectologista.
O kit é parte desse esforço."Brincando você acaba
dando o diagnóstico", diz.
Segundo a sanitarista Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa de DST/
Aids de São Paulo, o conhecimento da doença pela criança deixa os pais mais aliviados e os profissionais mais à
vontade para conversar sobre exames e medicações.
Segundo Gianna, até o final do ano todos os 40 serviços de referência do Estado
que atendem crianças terão
um equipamento igual ao
que será mostrado hoje no
encontro.
Texto Anterior: Exagero no uso anula efeito de exercício Próximo Texto: Governo libera "coquetel" para prevenção contra Aids Índice | Comunicar Erros
|