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Governo libera "coquetel" para prevenção contra Aids
Remédios podem ser tomados até 72 horas depois de relação sexual desprotegida; camisinha ainda é único método 100% seguro
DE BRASÍLIA
Pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas
poderão tomar antirretrovirais como método de prevenção contra o HIV.
A medida consta de documento lançado ontem pelo
Ministério da Saúde. Até agora, o uso preventivo dos medicamentos só era indicado
em casos de violência sexual
ou a profissionais de saúde
que tiveram contato com
sangue de soropositivo.
Segundo Ronaldo Hallal,
assessor do Departamento de
DST e Aids do ministério, a
medida só deve ser adotada
em casos excepcionais.
Ele disse que o método de
prevenção mais adequado
ainda é o preservativo, único
que previne 100% o risco de
transmissão. Além disso, os
medicamentos têm uma série
de efeitos colaterais.
Para ter acesso aos antirretrovirais como forma de prevenção, a pessoa deve procurar um dos 700 centros de referência no tratamento de
HIV e Aids em até 72 horas
após a relação sexual desprotegida -o ideal é que sejam
duas horas depois. O tratamento dura 28 dias.
O infectologista Juvêncio
Furtado, ex-presidente da
SBI (Sociedade Brasileira de
Infectologia), diz que aprova
a medida, mas afirma que é
preciso tomar muito cuidado
para que não ocorra uma banalização e para que ela não
provoque um relaxamento
no uso do preservativo.
O documento divulgado
ontem pelo Ministério da
Saúde também traz orientações para casais com pelo
menos um portador do HIV
que querem ter filhos.
Há indicações de reprodução assistida e de como reduzir ao máximo as chances de
transmissão nos casos em
que o casal quiser que a gravidez seja natural.
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