São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Fotógrafo lança um livro sobre luta e tratamento de doentes renais crônicos

André François
Diacízio de Oliveira, 53, que nada, veleja e leva uma vida normal
graças à diálise peritoneal


RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Oito meses após publicar "A Curva e o Caminho", que teve como mote o acesso à saúde no Brasil, o fotógrafo e documentarista André François mostra o resultado de sua pesquisa sobre o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos. "Escolher e Viver" (208 págs., R$ 55), que será lançado hoje, levou um ano e meio para ficar pronto e antecipou-se a um projeto mais antigo do fotógrafo, de registrar o acesso à saúde nos cinco continentes.
O interesse pelo tema surgiu durante as pesquisas para "A Curva e o Caminho". "Quando rodei o Brasil para tentar entender a situação da saúde, conheci o sofrimento de muitas pessoas que tiveram que abandonar suas famílias para morar na capital, sem ter condições financeiras, e poder fazer hemodiálise. Essa realidade é muito cruel, principalmente no interior do país", afirma.
Inconformado com a situação, François conversou com nefrologistas em busca de tratamentos alternativos, quando foi apresentado à diálise peritoneal. "É tão boa quanto a hemodiálise, mas é pouca aplicada porque não é tão conhecida nem interessa para as clínicas. Trata-se de uma maquineta que o paciente usa na casa dele."
A descoberta o levou até 16 pacientes, de seis Estados, que são retratados no livro. As fotos são acompanhadas de textos, escritos pela jornalista Maria Alzira. São histórias como a do microempresário baiano Diacízio Alves de Oliveira, 53, que combina dois métodos de diálise peritoneal enquanto aguarda por um transplante e leva uma vida praticamente normal.
E da menina Vitória Gurgel Coelho, 12, de Fortaleza, que nasceu com problemas neurológicos e, desde os oito, precisou se submeter ao tratamento, até receber do pai um rim que lhe devolveu a qualidade de vida perdida. "Fiquei muito sensibilizado com essa história, pela dedicação dos pais. Eu convivi com a família, acompanhei a doação do rim, a cirurgia."
Segundo François, seu objetivo não é defender a terapia, mas provocar uma reflexão nos médicos para que eles ofereçam liberdade de escolha para os pacientes.
O lançamento será hoje às 19h, na Fnac Pinheiros (pça. dos Omaguás, 34, São Paulo).


Texto Anterior: Dois novos métodos tratam vertigem sem uso de remédio
Próximo Texto: Estudo liga medo de altura a desequilíbrio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.