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Choque térmico causa danos ao organismo e pode até ser fatal
Perigo é maior para quem já sofre de doenças circulatórias e outros males
GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mudanças bruscas de temperatura, como sair da sauna e tomar uma ducha fria, exigem um
esforço de adaptação muito
grande do organismo. Por isso
podem ser extremamente perigosas para quem já tem alguma
doença crônica ou sofre de problemas circulatórios.
Nesses casos, podem levar a
arritmias cardíacas, alterações
metabólicas e pulmonares e até
mesmo provocar uma parada
cardíaca. Em quem tem insuficiência cardíaca, por exemplo,
o popular choque térmico pode
colaborar para um edema pulmonar, como o que causou a
morte do deputado federal
João Herrmann Neto (PDT) no
domingo, no interior paulista,
embora ainda não se saiba se o
deputado era doente cardíaco.
O edema, ou inchaço, no pulmão nada mais é do que o encharcamento do órgão pelo
sangue que não foi corretamente bombeado pelo coração.
Mas mesmo pessoas saudáveis não estão livres de sofrer
danos se ficarem expostas a
uma grande variação de temperatura tanto para o frio como
para o calor. Se for de um extremo ao outro, pior ainda. A
adaptação vai depender das
condições do organismo e dos
hábitos de vida da pessoa.
Sob calor em excesso, os vasos se dilatam e a pressão cai. Já
com o frio, acontece o contrário: há uma vasoconstrição, que
dispara a pressão arterial. Em
ambos os casos, o coração acaba sobrecarregado.
"Se a pessoa quiser fazer sauna, deve permanecer pouco
tempo no calor e passar por
uma transição gradual de temperatura", ensina o clínico-geral Arnaldo Lichtenstein, do
Hospital das Clínicas de São
Paulo. Ou seja, evitar tomar
uma ducha gelada logo em seguida. Idosos e pessoas que têm
algum problema de saúde só
devem fazer sauna com o aval
do médico. Para as gestantes e
crianças, ela é contraindicada.
Na praia ou na piscina, a recomendação é de manter-se
sempre bem hidratado, tomando muito líquido, e não dar um
mergulho na água gelada se estiver com a pele muito quente.
O ideal é refrescar-se aos poucos, molhando o corpo por partes. "Não leve o organismo aos
limites pois isso gera um estresse", recomenda o cardiologista Sérgio Timerman, do InCor (Instituto do Coração).
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