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Origami vira trabalho terapêutico de pacientes de instituto de câncer
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O mais famoso dos origamis, o tsuru, virou mote de
trabalho terapêutico no enfrentamento do câncer para
pacientes e seus acompanhantes no Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira,
em São Paulo. Símbolo de
longevidade, a ave tsuru representa saúde e boa sorte.
A ideia de usar a dobradura japonesa na terapia surgiu
no dia em que a psicóloga Samantha Moreira viu uma
mulher confeccionando origamis enquanto aguardava a
mãe nas sessões de quimioterapia. Depois, ela distribuía os tsurus nas salas de
atendimento e recepções,
colorindo o hospital.
Moreira conta que, conversando com a mulher,
aprendeu que, na tradição
japonesa, quando uma pessoa está doente, são oferecidos mil tsurus para que ela se
restabeleça. Em cada um, a
pessoa deposita sua esperança na recuperação do doente.
Nascia ali o programa
"Tsurus e as dobraduras da
vida", uma oficina terapêutica que funciona às quintas e
sextas-feiras no hospital. No
espaço, os acompanhantes e
pacientes com câncer relatam sua história de vida e dividem as principais dificuldades enfrentadas no processo da doença. Ao final da
sessão, inicia-se a produção.
"Faço uma relação da químio com o processo de confecção dos tsurus. Estimulamos o espírito de luta, a dedicação e o companheirismo
entre pacientes e acompanhantes", diz Moreira.
Cada participante dobra
dois pássaros: um para levar
para casa e outro para deixar
no instituto. Ficam todos, lado a lado, no peitoril das janelas do hospital.
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