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Harvard vai limitar relações entre médicos e laboratórios
Profissionais da faculdade não poderão dar palestras para a indústria
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
A partir de 2011, a Faculdade de Medicina de Harvard
(EUA), uma das mais prestigiadas do mundo, proibirá
seus médicos de dar palestras para a indústria farmacêutica e de equipamentos.
Eles também não poderão
aceitar presentes, viagens ou
refeições, exceto se isso for
autorizado pela faculdade.
No Brasil, o CFM (Conselho Federal de Medicina) já
anunciou que os médicos só
poderão viajar a congressos
com as despesas pagas pela
indústria se forem prestar
serviço de cunho científico,
como dar palestra ou curso.
Os médicos de Harvard terão a permissão de fazer pesquisas patrocinadas pela indústria e de atuar como consultores. Porém, será fixado
um limite de US$ 10 mil para
os pagamento de pesquisadores clínicos-incluindo os
honorários do profissional.
Também não poderão ter
mais do que US$ 30 mil em
ações de empresas públicas e
estão proibidos de fazer parte
de empresas privadas-se os
produtos e serviços dessa
empresa tiverem relação com
a pesquisa do médico.
As novas recomendações
foram feitas por um comitê
ético da faculdade e aceitas
pela reitor de Harvard, Jeffrey Flier. Em comunicado à
imprensa, a universidade enfatizou que manterá o relacionamento com a indústria,
mas dentro de certos limites.
"A nova política vai enfatizar a transparência e eliminar a influência do marketing, mas não impedirá ou limitará indevidamente as
muitas parcerias produtivas
que a faculdade possa a ter
com a indústria."
EDUCAÇÃO MÉDICA
Harvard também vai limitar o patrocínio de cursos de
educação continuada pela
indústria, a exemplo do que
já fizeram outras universidades, como a de Michigan.
O financiamento só será
aceito se existirem vários patrocinadores e nenhuma entidade corporativa que forneça mais da metade do montante total.
Para o presidente do CFM,
Roberto D'Ávila, as escolas
médicas brasileiras deveriam
seguir o exemplo de Harvard.
"Tem que acabar com essa
persuasão agressiva da indústria, que começa desde o
início do curso", diz ele.
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