São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Harvard vai limitar relações entre médicos e laboratórios

Profissionais da faculdade não poderão dar palestras para a indústria

CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

A partir de 2011, a Faculdade de Medicina de Harvard (EUA), uma das mais prestigiadas do mundo, proibirá seus médicos de dar palestras para a indústria farmacêutica e de equipamentos.
Eles também não poderão aceitar presentes, viagens ou refeições, exceto se isso for autorizado pela faculdade.
No Brasil, o CFM (Conselho Federal de Medicina) já anunciou que os médicos só poderão viajar a congressos com as despesas pagas pela indústria se forem prestar serviço de cunho científico, como dar palestra ou curso.
Os médicos de Harvard terão a permissão de fazer pesquisas patrocinadas pela indústria e de atuar como consultores. Porém, será fixado um limite de US$ 10 mil para os pagamento de pesquisadores clínicos-incluindo os honorários do profissional.
Também não poderão ter mais do que US$ 30 mil em ações de empresas públicas e estão proibidos de fazer parte de empresas privadas-se os produtos e serviços dessa empresa tiverem relação com a pesquisa do médico.
As novas recomendações foram feitas por um comitê ético da faculdade e aceitas pela reitor de Harvard, Jeffrey Flier. Em comunicado à imprensa, a universidade enfatizou que manterá o relacionamento com a indústria, mas dentro de certos limites.
"A nova política vai enfatizar a transparência e eliminar a influência do marketing, mas não impedirá ou limitará indevidamente as muitas parcerias produtivas que a faculdade possa a ter com a indústria."

EDUCAÇÃO MÉDICA
Harvard também vai limitar o patrocínio de cursos de educação continuada pela indústria, a exemplo do que já fizeram outras universidades, como a de Michigan.
O financiamento só será aceito se existirem vários patrocinadores e nenhuma entidade corporativa que forneça mais da metade do montante total.
Para o presidente do CFM, Roberto D'Ávila, as escolas médicas brasileiras deveriam seguir o exemplo de Harvard. "Tem que acabar com essa persuasão agressiva da indústria, que começa desde o início do curso", diz ele.


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