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Laboratório suspende produção e venda de Reductil
O emagrecedor, um dos mais populares do país, é à base de sibutramina, substância que foi proibida nos EUA e na Europa
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
O laboratório Abbott decidiu ontem suspender, voluntariamente, a produção e a
venda do Reductil (monoidrato de sibutramina), uma
das drogas mais vendidas do
país para perder peso.
Outras empresas seguem
usando a substância, liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)-apesar de já ter sido vetada nos EUA e na Europa.
Em março deste ano, a Anvisa restringiu as regras para
a compra do medicamento,
tornando-o uma droga anorexígena (que atua no sistema nervoso central).
Agora, é preciso usar a receita azul, numerada e emitida pela Vigilância Sanitária
de cada região -antes, bastava a branca. O remédio passou a ter tarja preta. Por causa disso, as vendas caíram
60% no primeiro semestre.
Em nota, a farmacêutica
Abbott disse ontem que a decisão de retirar o medicamento do mercado teve como
base a revisão dos dados de
um estudo (Scout) que acompanhou 10 mil pacientes,
com 55 anos ou mais. O estudo mostrou que o remédio
traz maior risco cardíaco a
pessoas propensas.
Segundo a Abbott, a maioria dos pesquisados tinha
histórico de doença cardiovascular e era inelegível a
usar sibutramina de acordo
com as indicações da bula.
A empresa diz que pacientes que queiram interromper
o tratamento com Reductil
podem fazê-lo a qualquer
momento, mas recomenda
que procurem seus médicos
para discutir alternativas para a perda de peso.
A maioria dos endocrinologistas brasileiros é contra a
retirada da substância do
mercado, por julgá-la segura.
É o caso da médica Rosana
Radominski, presidente da
Abeso (associação para estudo da obesidade),
"A sibutramina é uma medicação de custo acessível,
segura quando bem indicada
e eficaz na redução do peso, o
que acarreta melhora significativa das complicações ligadas ao aumento de peso."
Para ela, foi um erro a generalização dos resultados
clínicos de um único estudo
"de desenho, no mínimo,
equivocado". "Os achados
do estudo não podem ser extrapolados para toda a população com excesso de peso."
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