São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010

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Haja jogo de cintura para aguentar piada

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O convívio social é o que mais exige paciência da editora Carla Jordan, portadora da distrofia nos olhos. Indelicadezas como "Nossa, você é cega mesmo!" ou grosserias travestidas de piada, do tipo "Amarra uma corda para ela não entrar no computador", são frases que já fazem parte da sua rotina. O troco vem rápido. "Quando alguém me fala uma besteira, eu digo: "Às vezes, preferiria ter problema nos ouvidos, e não nos olhos". Não levo desaforo."
Apesar de ter uma distrofia genética, Carla diz não ter parentes com o problema. "O meu caso é de um em um milhão. Mas, se eu jogasse na Mega-Sena, não ganharia", brinca.
Casada há um ano e meio, ela diz que o marido, também editor de vídeo -e com quem compartilha a TV de 42 polegadas comprada por conta da Stargardt-, convive bem com sua doença. Entre os familiares, o problema não é tema frequente de conversas. "Até prefiro, porque me acho uma pessoa normal, com restrições. Consigo me virar bem."
O território profissional é a maior demonstração disso. Editora há nove anos, pós-graduada pela Belas Artes de São Paulo, ela se mantém atenta ao lançamento de qualquer tecnologia que facilite seu trabalho. Uma delas é um software que aumenta o zoom da tela de computador, "para pegar os detalhes que não consigo mais ver". Também usa óculos alemães para enxergar a distâncias medianas. "Por incrível que pareça, consigo fazer meu trabalho bem."


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