São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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FOCO/SEMANA DO CORAÇÃO

Estudo mapeia famílias com genes que causam morte súbita

Luciana Whitaker/Folhapress
Isabel de Paula e sua filha Jasmin, portadoras de arritmia

GABRIELA CUPANI
DE SÃO PAULO

A balconista Isabel Oliveira de Paula, 36, moradora de Areal, Rio de Janeiro, tinha ouvido as histórias de 11 casos de morte súbita na família. Mas nunca pensou que tivesse alguma ligação com eles. Nem mesmo quando começou a sentir palpitações na adolescência.
A situação piorou quando passou a desmaiar com pequenos sustos: o despertador tocando, o som do telefone, o choro da filha à noite...
"Os médicos achavam que era um problema neurológico. Mas eu dormia e não sabia se iria acordar", diz.
Ao fazer um exame de holter, que monitora o funcionamento do coração durante 24 horas, descobriu que era portadora de uma arritmia cardíaca rara, porém extremamente perigosa, capaz de levar à morte súbita.
Hoje, ela vive bem graças a um desfibrilador implantado em seu peito.
A chamada síndrome do QT Longo, um problema no estímulo elétrico do coração, atinge na maioria das vezes crianças -sem tratamento, elas dificilmente alcançam a idade adulta.

CONFUSÃO
A doença é difícil de ser diagnosticada porque muitos médicos não sabem reconhecer as alterações no eletrocardiograma.
"Ela é muito confundida com epilepsia", diz o cardiologista Fernando Cruz, do serviço de arritmia e eletrofisiologia clínica do Instituto Nacional de Cardiololgia, no Rio de Janeiro. Ele coordena uma pesquisa que está permitindo fazer o mapeamento genético da doença e acompanha cerca de 40 pessoas de cinco famílias.
"Identificar as alterações nos genes e acompanhar as famílias são passos importantes para o diagnóstico e tratamento corretos."
Para a família de Isabel, o mapeamento vai colocar um fim às histórias de mortes súbitas. Após seu diagnóstico, uma prima, uma tia e sua própria filha, Jasmin, hoje com 16 anos, também se descobriram portadoras.


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