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Cardápios dos EUA vão ter de informar valor calórico
Medida consta da reforma da saúde de Barack Obama
DE NOVA YORK
A reforma do sistema de saúde americano, assinada na última terça-feira pelo presidente
Barack Obama, inclui um detalhe menos comentado, mas que
em breve será impossível ignorar: a nova lei obriga que todas
as redes com mais de 20 restaurantes exibam os valores calóricos em seus cardápios.
O objetivo da medida, que já
havia sido adotada em algumas
cidades e agora será nacional, é
melhorar a alimentação de
uma população que luta contra
a obesidade e diminuir os gastos com tratamentos de doenças causadas pela má nutrição.
A lei, que vale também para
"drive-thrus" e máquinas automáticas, deve afetar mais de
200 mil casas, mas ainda é incerto quando será aplicada.
A associação de restaurantes
dos EUA (National Restaurant
Association), apesar de se opor
ao projeto capitaneado por
Obama, divulgou nota em que
apoia esse aspecto da reforma.
"É uma vitória para consumidores e donos de restaurantes",
afirmou Dawn Sweeney, presidente da associação. "Essa legislação substituirá uma crescente miscelânea de regulações
locais por um padrão nacional
consistente, que ajudará os
consumidores a fazer escolhas
melhores."
A cidade de Nova York foi a
primeira a aplicar uma lei como
essa, em abril de 2008. Em janeiro deste ano, a Universidade
Stanford divulgou uma pesquisa realizada na rede Starbucks
que mostrou que os consumidores começaram a fazer opções mais leves.
Segundo a pesquisa, os nova-iorquinos passaram a consumir
6% menos calorias depois da
lei, número impulsionado pelas
escolhas dos alimentos (14%
menos calorias).
"Segurança nacional"
Embora a eficácia da medida
ainda seja motivo de controvérsia, a nova legislação está sintonizada com a crescente preocupação com o tema.
A primeira-dama, Michelle
Obama, abraçou a causa como
sua principal meta de 2010. Em
cerimônia em fevereiro, na Casa Branca, ao lançar campanha
contra a obesidade infantil, Michelle afirmou que o excesso de
peso está relacionado até com a
segurança nacional.
"Um estudo recente colocou
o custo do tratamento de doenças relacionadas à obesidade
em US$ 147 bilhões por ano.
Essa epidemia também tem
impacto sobre a segurança nacional, já que a obesidade é um
dos motivos mais comuns para
desqualificar alguém do serviço
militar", disse ela.
(CRISTINA FIBE)
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