|
Próximo Texto | Índice
Cai a patente do Viagra; genérico chega em junho
Fim da exclusividade da fórmula foi decidida pelo STJ; laboratório pode recorrer
Aumento da concorrência no mercado da disfunção erétil no país deve baixar preços dos medicamentos em pelo menos 35%
ÂNGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) decidiu ontem que a
patente do Viagra, usado no
tratamento de disfunção erétil,
expira no dia 20 de junho.
A decisão permite a fabricação de
medicamentos genéricos com o
mesmo princípio ativo a partir
dessa mesma data. A Pfizer, que
tinha a exclusividade de comercialização, pode recorrer.
A expectativa, agora, é que os
medicamentos dessa categoria
fiquem mais baratos, em função da concorrência acirrada.
Ao menos quatro novas drogas
com o mesmo princípio ativo
do Viagra já providenciaram
seu registro na Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) e devem chegar às farmácias no dia 21 de junho: Anviryl,
Viasil, Silvigor e Granvia.
Hoje, uma caixa com quatro
comprimidos do Viagra é vendida por, no máximo,
R$ 127,80. Mas, segundo uma
pesquisa de mercado feita pela
Anvisa, os valores praticados
no varejo nacional são, em média, 32% mais baixos.
A legislação brasileira estabelece que os medicamentos
genéricos têm que custar pelo
menos 35% menos do que os
preços máximos do remédio
original. Mas o valor final acaba
ficando, em média, 50% menor,
de acordo com Odnir Finotti,
presidente da Pró-Genéricos,
associação que reúne fabricantes do setor.
A expectativa de Finotti é
que, um ano depois do início da
comercialização, as vendas de
genéricos contra disfunção erétil atinjam o faturamento de
R$ 200 milhões. A avaliação,
segundo ele, tem base no que
aconteceu com outros medicamentos que entraram no mercado dos genéricos.
Segundo da lista
O Viagra (citrato de sildenafil) é o segundo remédio mais
vendido entre os 12 disponíveis
dessa categoria no Brasil. Perde
só para o Cialis, da Eli Lilly. No
ano passado, as vendas dessas
drogas movimentaram mais de
R$ 500 milhões no país, segundo a consultoria IMS Health.
Só
o Viagra e o Cialis, juntos, responderam por mais de 75%
desse valor. O faturamento da
pílula azul no Brasil, no ano
passado, foi de R$ 170 milhões
-o que equivale à venda de 7
milhões de comprimidos, segundo a Pfizer.
No ranking geral de medicamentos, o Viagra ocupa a sexta
posição entre os mais consumidos, ficando à frente de drogas
como Tylenol, Rivotril, Yasmin
e Benegripe. Perde para Dorflex e Neosaldina.
Com a expiração da patente,
ao menos mais 17 drogas devem
chegar ao mercado usando o
mesmo princípio ativo do Viagra: as quatro que já têm registro, além de outras 13 que estão
com o pedido em análise.
Dessas 13, sete são genéricas
(aquelas com ação idêntica ao
remédio original) e seis são similares (têm ação parecida,
mas não garantem o mesmo
efeito clínico do original).
A Eli Lilly, fabricante do Cialis, disse em nota que "o vencimento das patentes é um processo natural e que o impacto
dessa decisão para a categoria
depende de inúmeros fatores".
Colaborou JULLIANE SILVEIRA, da Reportagem Local
Próximo Texto: Para fabricante, medida barra investimentos Índice
|