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Agência classifica composto do plástico como preocupante
Alerta sobre bisfenol A foi feito nos EUA, e países europeus baniram substância de produtos infantis
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O bisfenol A (BPA), substância usada em embalagens plásticas para alimentos, entrou
para a lista de produtos químicos considerados preocupantes
pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA.
O BPA é usado para tornar o
plástico mais rígido, no caso de
mamadeiras e potes para acondicionar comida, por exemplo.
Uma pequena quantidade da
substância costuma migrar da
embalagem para o alimento.
Agências reguladoras como a
Anvisa, no Brasil, ou a FDA, nos
EUA, determinam a quantidade máxima da substância permitida nos recipientes.
A exposição crônica ao BPA
pode interferir no sistema endócrino. "Uma das associações
mais documentadas é com a
disfunção da tireoide", diz Vania Maria da Costa, da SBEM
(Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
A SBEM recomenda que embalagens plásticas contendo
alimentos não sejam aquecidas. "Com o calor, aumenta a
taxa de saída do BPA para o alimento", afirma Costa.
Os estudos disponíveis ainda
não são conclusivos em relação
aos riscos do bisfenol A. Mesmo
assim, alguns países da Europa
estão propondo leis para banir
a substância de embalagens para alimentos e mamadeiras.
O governo dinamarquês
proibiu provisoriamente, na
semana passada, o uso do BPA
em materiais que ficam em
contato com alimentos para
crianças de zero a três anos.
A decisão foi baseada em estudos do Instituto Nacional de
Alimentos da Dinamarca, que
apontam possíveis efeitos nocivos da substância. Novos estudos são esperados, mas o governo do país resolveu banir o BPA
em caráter preventivo.
Na França, o Senado votou a
favor da proibição do BPA em
mamadeiras, baseado em relatório da agência de segurança
em alimentos francesa, que
aponta riscos potenciais à saúde. A proibição tem caráter
provisório e será anulada se novas pesquisas trouxerem evidências sobre a segurança da
substância.
Brasil
A inclusão do BPA na lista da
agência de proteção ambiental
norte-americana não modificou a atual legislação da FDA.
No Brasil, a Anvisa revisou a
norma sobre elaboração de embalagens e equipamentos em
contato com alimentos em
março de 2008. As regras foram
discutidas com os países-membros do Mercosul, e todos optaram por manter o uso de BPA
nesses produtos. O limite estabelecido é de 0,6 mg de BPA para cada quilo da embalagem.
Segundo a Anvisa, nessa proporção a substância não oferece risco à saúde da população.
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