São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

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Rio testa remédio contra metástase óssea

Estudo será feito em pessoas com câncer de próstata, tipo de tumor que evolui com frequência para os ossos

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Um novo medicamento para o tratamento da metástase óssea começará a ser testado pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O estudo será feito com pacientes com câncer de próstata, um dos tumores que mais comumente migram para os ossos do doente.
Batizada de Alfa Radin, a nova droga foi desenvolvida em Oslo e está sendo testada em vários países, além do Brasil.
Atualmente, o tratamento de praxe para esses casos inclui hormonioterapia e quimioterapia. Depois de um a três anos, porém, muitos passam a apresentar resistência às substâncias e ficam sem alternativa.
São homens nessa situação que testarão o novo fármaco, carregado com uma partícula radioativa sintetizada em laboratório. A expectativa é que a radiação emitida pela droga seja capaz de controlar ou até mesmo reduzir a metástase, dando mais tempo e qualidade de vida para os doentes.
"O medicamento vai direto para os tecidos em torno das metástases, irradia e mata o tumor", explica o coordenador do núcleo de pesquisa em câncer da Faculdade de Medicina da UFRJ, Eduardo Côrtes.
Avaliações anteriores mostraram que a droga tem efeitos colaterais reduzidos. Por emitir ondas alfa, de alcance restrito, o fármaco atua quase exclusivamente sobre os tumores.
O objetivo, agora, é comparar os resultados do tratamento com o fármaco e com placebo. Para isso, 750 pessoas participam da pesquisa no Brasil e em outros países.
Se a eficácia for comprovada, o medicamento precisará obter registro antes de ser incorporado ao arsenal terapêutico da metástase óssea. O objetivo é testá-lo também nos casos em que o tumor original não é o de próstata -pacientes com câncer de mama ou intestino, por exemplo, também podem sofrer do problema. "Os testes feitos até aqui são promissores, mas é preciso dar um passo de cada vez", diz Côrtes.


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