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Estudo avalia início precoce da terapia contra o vírus HIV

Pesquisa internacional, com a participação de instituições brasileiras, vai incluir 4.000 soropositivos até 2013

Antirretrovirais só começam a ser dados quando o número de células de defesa cai a um certo patamar

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE “CIÊNCIA+SAÚDE”

Um estudo envolvendo 35 países e 226 centros de saúde está avaliando os resultados do início precoce para o tratamento contra o HIV.

Diferentemente do que se possa imaginar, o paciente nem sempre começa a tomar os antirretrovirais logo após o diagnóstico. A avaliação é feita caso a caso mas, segundo diretrizes do Ministério da Saúde, a terapia para pessoas sem sintomas começa só quando a contagem das células de defesa CD4 cai abaixo de 350 por mm3 de sangue.

Há exceções, como gestantes, pacientes com hepatite B ou C, com mais de 55 anos ou com carga viral alta, entre outras condições que pedem tratamento com 500 ou menos células por mm3.

A pesquisa "Start", que no Brasil é coordenada pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), está recrutando soropositivos com contagem de células de defesa acima de 500/mm3. Eles são divididos em dois grupos: um fará o tratamento segundo as diretrizes atuais e o outro já receberá os remédios.

Segundo o infectologista Luiz Carlos Pereira Junior, do Emílio Ribas, o instituto já acompanha 96 pessoas e está recrutando participantes.

A dúvida sobre iniciar ou não o tratamento tem a ver com os efeitos colaterais causados pelos antirretrovirais.

Quando o tratamento com essas drogas começou, diz o médico, a tendência era o início imediato. Depois, quando se observou que os remédios causavam muitos efeitos colaterais, como alterações metabólicas, alta no colesterol, entre outros, os médicos colocaram o pé no freio.

"Foram sendo colocados limites. Primeiro, começávamos quando a contagem de CD4 caía a menos de 200 por mm3. Depois, isso foi para 350 e, nos últimos anos, têm surgido evidências de benefício para um início mais cedo."

O infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcellos, lembra que pesquisas recentes mostraram que os antivirais reduzem em 90% o risco de transmissão do HIV. "A tendência hoje é tratar independentemente da contagem CD4."

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