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Cama e leite compartilhados

"Fui muito criticada,", diz Melissa, 32, que amamentou dois filhos ao mesmo tempo

Isadora Brant/Folhapress
Regina, 5, o pai, Márcio Sato, Samuel, 7, a mãe, Melissa, 32, e o caçula Dimitri, 1, na chácara onde moram, em Itatiba, SP
Regina, 5, o pai, Márcio Sato, Samuel, 7, a mãe, Melissa, 32, e o caçula Dimitri, 1, na chácara onde moram, em Itatiba, SP

ENVIADA ESPECIAL À ITATIBA (SP)

Na casa da família Sato, nunca houve berço. O quarto dos pais é território livre para os filhos desde o nascimento. De certa forma, o peito da mãe, Melissa, 32, também é.

O primogênito Samuel, 7, tinha três anos quando a mãe engravidou da irmã, Regina, 5. Mesmo assim, Melissa continuou amamentando o filho.

"Fui bastante criticada, diziam que todos ficariam desnutridos. Mas pesquisei bastante e me senti segura."

Regina nasceu em casa. Na época, a família morava nos EUA. Os irmãos dividiram o seio materno por um ano, até que Samuel desistiu do leite da mãe, aos quatro anos e três meses. "Ele já estava na escola e foi pedindo cada vez menos até parar de vez."

Regina mamou até os três anos, quando Melissa já gestava Dimitri. "Um dia ela pediu para mamar. Pegou o bico, mas logo soltou disse: 'ah, mamãe, não sai mais nada.' E nunca mais pediu."

Dimitri, hoje com um ano e meio, segue mamando quando bem quer. Livre demanda, como diz a mãe, que amamenta quase que ininterruptamente há sete anos. O menino também nasceu em casa, em uma chácara em Itatiba (SP) onde vive a família.

Com tanta experiência, Melissa se tornou consultora de amamentação e hoje atua orientando gestantes e mães.

Ela também sempre carregou os filhos pequenos em panos amarrados junto ao corpo ("slings"). Preenche todos os requisitos da chamada "criação com apego."

Ela e o marido Márcio, professor de inglês e espanhol, só veem vantagens no estilo de criar os filhos.

"Isso não quer dizer que não há limites. Aqui todos se respeitam, têm deveres."

Melissa também não vê nenhum drama no fato de os filhos dormirem, quando quiserem, no quarto do casal.

"Não vejo problema. Eles crescem e depois não precisam mais disso."

(CC)

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