São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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FINA

Maria Haller, a florista dos arranjos caseiros

por MARÍLIA SCALZO

TUDO SÃO FLORES

Para A artista Maria Haller, os arranjos florais que ela produz trazem uma inexplicável sensação de conforto

Sim, ela conversa com as plantas. E bem se vê que elas escutam, porque ficam lindas. Maria Haller, 39, é especialista em arranjos florais que parecem improvisados, soltos, "caseiros". E que têm flores com "cara de flor", como dálias, rosas, tulipas... Com habilidade , ela junta cores e formas, dando a impressão de que passou pelo jardim, colheu algumas flores e colocou displicentemente em um vaso. "Muita gente me pede arranjos que não pareçam montados, como se a pessoa mesmo tivesse feito", conta. "As coisas que parecem feitas em casa trazem conforto."
É, mas para conseguir esse efeito, é preciso ser jeitosa. E Maria é. Basta entrar em seu ateliê, na zona oeste de São Paulo, para notar. O lugar tem flores por todo lado –agora, deve se tornar também espaço para criação de seu trabalho como artista plástica, que, provavelmente, unirá flores e fotografia, suas paixões.
Formada em artes plásticas pela Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), teve dúvidas sobre que curso escolheria. Pensou em agronomia, influenciada pelas visitas à fazenda dos avós em Jaú, no interior paulista. Lá, brincava nos jardins de sua avó materna, de quem herdou o nome e o gosto pelas flores.
"Sempre gostei de plantas, mas também de arte", diz. Depois de sair da faculdade, percorreu alguns caminhos e desvios: trabalhou com o artista gráfico Rafic Farah, depois em uma agência de propaganda e até em uma corretora de valores no centro de São Paulo –no entanto, gostava era de ir à rua 25 de Março e acabava se divertindo mais na hora do almoço do que durante o expediente.

AMOR-PERFEITO
Por isso, largou tudo e foi passear na Europa. Primeiro, com os pais para a Suíça –seu pai é suíço– e, depois, com sua mochila, viajou por vários países. Na volta, reencontrou as flores. "Tinha uma amiga que trabalhava com o [arquiteto e florista] Vic Meirelles; ele começou a me chamar para ajudar em festas grandes. Eu via aquelas coisas. E soube que era o que queria fazer."
Começou trabalhando com a amiga Daniela Toledo, na floricultura Fulô, que ficava ao lado da agência de publicidade DM9. "A gente fazia um monte de coisas para a agência", lembra. Foi nessa época que Maria descobriu um dos trabalhos de que mais gosta: produção para fotos. Já fez tapetes de grama em estúdios, tapetes de flores para as sandálias Havaianas e, um dos mais desafiadores, bichos feitos de folha para a propaganda da ONG Greenpeace.
Além das produções, Maria tem clientes fixos para quem faz arranjos e manutenção de arranjos, e também faz festas, casamentos, vasos para presente. Vai quase diariamente à Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), às 5h, para comprar flores. "Acordo cedo, mas quando chego lá é uma delícia, já conheço todo mundo, tomo café nas bancas." E sempre acaba comprando mais do que precisa.
Casada com o fotógrafo Cássio Vasconcellos, mantém um jardim em seu apartamento de cobertura que tem até jabuticabeira. "O apartamento está uma floresta de plantas e sempre levo mais flores. Tem uma flor do campo rosinha, bem delicada, que dura dois dias, mas mesmo assim compro, ponho num cantinho, e dá uma sensação de aconchego que não sei explicar." Sua filha Lia, de três anos, segue seus passos e já gosta de fazer os próprios arranjos. "Levo minirrosinhas para ela."

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